Epidemia do zika regride no Brasil, diz OMS
A epidemia do zika vírus está regredindo no Brasil, de acordo com a diretora-adjunta da OMS (Organização Mundial de Saúde), Marie-Paule Kieny. Um dos motivos é a chegada do outono, que dificulta a reprodução do mosquito, que precisa de 24 graus para se reproduzir.
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“A epidemia está diminuindo no Brasil”, disse a representante da OMS. “Este é o caso também na Colômbia e no Cabo Verde”, declarou Kieny. Mais de um milhão de pessoas foram contaminadas no Brasil, e o país não está livre de um novo aumento do número de contaminações no próximo verão. De acordo com ela, apesar do enfraquecimento do vírus na América Latina, o zika poderia se propagar em áreas que ainda não foram atingidas, mas a possibilidade de uma epidemia na Europa é pouco provável.
O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti e provoca uma infecção benigna na maior parte dos casos. Mas, se for contraído durante a gravidez, pode afetar o cérebro do feto e provocar uma microcefalia. O zika também pode causar a síndrome de Guillain-Barré, que gera paralisia e até a morte do paciente. Até agora, poucos casos foram registrados na França e outros seis países da Europa, mas um aumento do número contaminações é esperado no verão, de acordo com a OMS.
“A possibilidade de uma transmissão local combinada a uma provável transmissão por via sexual pode significar um aumento significativo de um número de pessoas contaminadas pelo zika”, disse Kieny.
“Com o aumento das temperaturas na Europa, duas espécies de Aedes, conhecidas por transmitir o vírus, vão começar a circular”, declarou. Mas mesmo que o risco de epidemia seja fraco, a infecção pode ser favorecida por um evento como o Euro 2016, acrescentou o diretor geral do Instituto Pasteur, Christian Bréchot. O mais preocupante é a chegada do vírus à Europa, que pode gerar de 3 a 4 milhões de contaminações, estimam os especialistas.
Seminário reúne especialistas em Paris
Mais de 600 especialistas e pesquisadores reúnem-se nesta segunda e terça-feira no Instituto Pasteur, em Paris, para participar de um seminário científico sobre o zika. Apesar das inúmeras pesquisas dedicadas ao vírus, os mecanismos de transmissão ainda são desconhecidos.
Atualmente, os cientistas tentam descobrir quanto tempo o vírus permanece no organismo e o risco de transmissão sexual. Outra prioridade é identificar melhor as pessoas que possam desenvolver complicações mais graves. Ainda não existe tratamento contra o zika. Uma possível vacina só estará disponível dentro de vários anos, mas os testes clínicos poderão começar já no final deste ano, de acordo com os pesquisadores.
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