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Brasil/ crise

Lula diz que votos na Câmara são como “bolsa de valores”

Cinco mil manifestantes do MST, da CUT e de outros movimentos sociais se reuniram em Brasília neste sábado (16), com a presença do ex-presidente Lula. O número é da assessoria dos grupos. O evento estava na agenda oficial da presidente Dilma, mas ela não compareceu para continuar as negociações em busca de votos na Câmara dos Deputados.

Deputados Paulo Pimenta e Mariana Fonseca lado a lado durante sessão na Câmara dos Deputados.
Deputados Paulo Pimenta e Mariana Fonseca lado a lado durante sessão na Câmara dos Deputados. REUTERS/Ueslei Marcelino
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Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília

Um esquema de segurança da Presidência, com detectores de metais, chegou a ser montado. Dilma mandou uma carta dizendo que os parlamentares estão cada vez mais “sensíveis” para derrotar o impeachment. Segundo ela, não é justo nem legítimo tentar abreviar o seu mandato.

“Vamos derrotar o impeachment sem base legal, um verdadeiro golpe à democracia”, disse a presidente. Dilma afirmou ainda que não cometeu nenhum crime de responsabilidade. “Meu nome não aparece em nenhuma lista de recebimento de propina”, declarou, em carta lida aos manifestantes.

No discurso, o ex-presidente Lula disse que é uma “guerra que sobe e desce, parece a bolsa de valores”, por isso ele precisa negociar com deputados por 24 horas, já que eles mudam de lado a todo o momento. Três governadores devem conversar com Lula neste sábado. O ex-presidente pediu aos manifestantes que não aceitem provocações no domingo e falou que eles devem dar o exemplo. “Nós não vamos matar, nós gostamos da vida”, afirmou. “Nós não vamos sair do Brasil, nós não vamos nos exilar, nós vamos lutar.”

Temer também articula

Luta também atacou o vice-presidente Michel Temer, dizendo que, se ele quer ser presidente, não deve ser por golpe, mas por meio das eleições de 2018. Temer, que ficaria em São Paulo até segunda-feira, voltou para Brasília para acalmar os parlamentares que ficaram exaltados com a ofensiva de Lula e do Palácio do Planalto em busca de votos contra o impeachment.

O PMDB conta 380 votos a favor do impeachment, sendo que são necessários 342 para aprová-lo. Já o PT conta 180 votos contra, nove acima do mínimo para barrar o processo.

Nas redes sociais, o vice falou que é “mentira rasteira” dizer que ele acabaria com o Bolsa Família. “Manterei todos os programas sociais”, anunciou. “Defendo a unificação e pacificação dos brasileiros, não o caos, o ódio e a guerra.”

Manifestantes

Dezenas de caravanas de vários estados do país vieram se manifestar a favor da presidente Dilma. Eles estão acampados no estacionamento do ginásio Nilson Nelson, a cinco quilômetros do Congresso Nacional. Na Esplanada dos Ministérios, os acampamentos estão proibidos.

O manifestante Alberto Pasqualine chegou do Paraná há oito dias e disse que vai lutar pela democracia. “Eles não provaram nada contra Dilma”, afirmou. O vigilante José Roberto de Souza disse que é uma “covardia” a tentativa de impeachment contra Dilma. Segundo ele, é preciso dar um “basta” ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Os movimentos Vem para Rua e Movimento Brasil Livre marcaram manifestações para o domingo. Algumas pessoas nas ruas carregam bandeiras do Brasil, como o pintor Paulo Estácio. “Se ela (Dilma) se diz inocente, ela tem que provar. Até então, ela não tem inocência nenhuma”, afirmou.
 

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