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Linha Direta

Em Lesbos, papa encontra líderes religiosos para discutir sobre migrantes

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O papa Francisco vai à ilha grega de Lesbos neste sábado (16), onde se reunirá com o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu, e o arcebispo de Atenas, Hieronymus II. A reunião dos líderes religiosos pretende sensibilizar a opinião pública internacional sobre a crise dos refugiados.

Em centro de refugiados na ilha de Lebos, migrantes protestam contra expulsão para a Turquia.
Em centro de refugiados na ilha de Lebos, migrantes protestam contra expulsão para a Turquia. ARIS MESSINIS / AFP
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Gina Marques, correspondente da RFI em Roma

Essa não é a primeira vez que o sumo pontífice pede às autoridades europeias medidas eficazes para o problema dos migrantes. Mas o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, descartou que a viagem possa ser interpretada como uma crítica às politicas migratórias da União Europeia e da Turquia.

O papa Francisco já fez diversos apelos para o resolver o problema dos migrantes, mas é a primeira vez que três líderes religiosos se reúnem para sensibilizar a opinião pública internacional sobre a questão. Trata-se de uma visita de caráter humanitário e ecumênico.

Além do sumo pontífice, o patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, e o Arcebispo de Atenas, Hieronymus II, mostram-se unidos a favor da dignidade dos migrantes. Em Lesbos, ilha que virou o ícone da crise migratória, eles encontrarão 2,5 mil pessoas que pedem asilo, entre eles 150 menores de idade que vivem em um centro de acolhimento. Os refugiados são provenientes, sobretudo, do Oriente Médio e da Ásia e a maioria deles é de religião muçulmana.

Igrejas propõem abertura de corredores humanitários

Na Itália, onde a crise migratória é crítica, as igrejas e as associações cristãs se uniram para financiar a abertura de corredores humanitários e trazer refugiados ao território italiano. Esse é um projeto piloto, promovido pela associação católica Comunidade de Santo Egídio, pela Federação das Igrejas Evangélicas da Itália e pela Igreja Valdense.

A iniciativa é inédita na Europa e permite aos migrantes entrarem legalmente na Itália com um visto "humanitário". No país, eles recebem assistência jurídica para apresentar o pedido de asilo, hospitalidade, proteção internacional durante um período prolongado e apoio financeiro no processo de integração. O objetivo é também evitar a viagem dos refugiados nos "barcos da morte".

O projeto já funciona. Um primeiro grupo de 97 refugiados, principalmente sírios, chegou a Roma em 29 de fevereiro em um voo que partiu de Beirute, no Líbano, patrocinado pela Alitalia. O próximo grupo de 150 refugiados, deve chegar este mês.

Dentro de dois anos, os "corredores humanitários" preveem a chegada na Itália de mil pessoas vindas do Líbano, a maioria refugiados sírios, mas também do Marrocos, que recebe muitos africanos escapando de países subsaarianos, e da Etiópia, para onde fogem os eritreus, somalis e sudaneses.

Segundo os organizadores, a triagem dos imigrantes é feita de acordo com a situação de emergência em seus países e não favorece uma especifica religião, pois os imigrantes que chegam à Europa são cristãos e muçulmanos.

Vaticano não patrocina iniciativa

Os organizadores explicaram que o projeto tem um orçamento anual de € 1,2 milhão. Graças ao envolvimento de uma rede de voluntários, a hospitalidade a cada refugiado vai ser mais barata, ou seja, € 20 euros por dia.

Sem o voluntariado, cada imigrante custa ao governo italiano uma diária de € 30. Os recursos para financiar o projeto vêm do chamado "Oito Por Mil", imposto dedutível sobre o rendimento das pessoas que os contribuintes podem colocar livremente à disposição das igrejas e associações italianas. Detalhe: o Vaticano apoia, mas não patrocina financeiramente esta iniciativa.

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