Estudantes africanos miram o Brasil para estudos superiores

Dos milhares de estudantes africanos no Brasil, a larga maioria vem dos Palop (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa). Grande número vem com base nos acordos bilaterais assinados por seus países com o Brasil para o ensino superior, seja graduação ou pós-graduação.

Círia Manuela Pinhel, da Guiné-Bissau, e Antonio Miguel Paulo, de Angola, apostaram no Brasil para fazer seus estudos superiores. JG

Jonuel Gonçalves, especial para RFI

Chama a atenção o número proporcionalmente alto de Bissau-guineenses e cabo-verdianos estudando no Brasil, devido às pequenas dimensões demográficas destes dois países. Uma outra vertente é também a presença de africanos no ensino médio e até fundamental. Neste caso, trata-se de crianças ou adolescentes de famílias imigrantes de vários pontos da África ou refugiados.

Nas universidades, a larga maioria dos estudantes africanos tem bolsas ou – por exemplo, no caso dos angolanos - vivem de mesadas de suas famílias. Sua integração nos meios estudantis é considerada boa, estabelecendo relações de amizade com estudantes brasileiros.

Racismo

Porém, muitos queixam-se em privado de discriminações ou estereótipos racistas, não nas próprias universidades, mas na sociedade em geral. Apesar disso, são muito cautelosos na abordagem do assunto em público, evitando tanto quanto possível falar nele.

Nesta reportagem, conversamos com dois estudantes da Universidade no Rio de Janeiro. Círia Manuela Pinhel, da Guiné-Bissau, admite que se sente bem no Brasil e tem muitos amigos, africanos e brasileiros. Já o estudante de Angola Antonio Miguel Paulo diz que sente o racismo e lamenta o desconhecimento dos brasileiros sobre o Palop. Ambos acreditam que o conhecimento adquirido no Brasil vai ser útil para a futura vida profissional nos seus países de origem.

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