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Relatório

OCDE prevê recessão de 4% no Brasil em 2016, segundo nova projeção

A recessão no Brasil vai ser mais grave do que o previsto. O Produto Interno Bruto (PIB) do país vai ter um recuo de 4% em 2016, de acordo com a nova projeção divulgada nesta quinta-feira (18) pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na previsão anterior, divulgada três meses atrás, a entidade previa uma contração de 1,2% do PIB no Brasil. 

Angel Gurria, secretário-geral da OCDE, em fevereiro de 2016.
Angel Gurria, secretário-geral da OCDE, em fevereiro de 2016. CC BY-NC 2.0 OECD/Michael Dean
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Entre as principais economias emergentes, o Brasil é o grande penalizado pelo contexto negativo internacional. Para a China, as novas projeções da OCDE indicam crescimento de 6,5% do PIB neste ano e de 6,2% em 2017. No caso da Índia, o país manterá um crescimento robusto de 7,4% em 2016 e de 7,3% no ano que vem. A zona do euro deverá registrar expansão de 1,4 % até dezembro e de 1,7 % em 2017. Em compensação, o Brasil continuará em grave recessão até o final do ano e essa tendência só deverá se inverter no ano que vem. 

Hoje, o Banco Central do Brasil (BC) divulgou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que busca ser uma espécie de prévia do PIB. O índice aponta contração de 4,08% em 2015. A divulgação oficial do resultado será feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 3 de março. Mas, se a projeção do BC for confirmada, será a primeira retração da economia brasileira em seis anos e, também, a maior redução do PIB desde 1990, quando houve uma queda de 4,35%.

Exportadores de matérias-primas são penalizados por retomada lenta

Para o conjunto da economia mundial, a OCDE também demonstra pessimismo, com uma projeção de crescimento de 3% em 2016, contra 3,3% anunciado em novembro. Entre os motivos para essa revisão para baixo estão a desaceleração de vários países emergentes e uma retomada econômica modesta nos países desenvolvidos, o que afeta diretamente as nações exportadoras de matérias-primas.

Outro fator que contribui para o recuo da expansão econômica global é o nervosismo do mercado financeiro, observado desde o início do ano. A OCDE estima que o cenário de instabilidade financeira fragiliza principalmente algumas economias emergentes. Muitas delas se tornam mais vulneráveis devido às taxas de câmbio e ao aumento de suas dívidas públicas.

A OCDE, que tem sede em Paris, diz que é preciso dar uma resposta coletiva de política orçamentária mais forte para sustentar o crescimento mundial e criar um ambiente mais favorável a reformas estruturais. A organização pede uma mobilização de líderes mundiais nessa direção e divulga suas recomendações a pouco mais de uma semana da reunião de ministros das Finanças do G20, em Xangai.

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