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Brasil

Impeachment repercute entre políticos brasileiros em Paris para a COP 21

O início do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff repercutiu em Paris na manhã desta quinta-feira (3) entre os políticos brasileiros que vieram para a COP 21, a conferência do clima. Na Embaixada do Brasil, o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT), chamou de “chantagem” o que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, teria tentado fazer para evitar a abertura do processo.

Evento reuniu prefeitos, como o de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, e a Ministra do Meio Ambiente.
Evento reuniu prefeitos, como o de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, e a Ministra do Meio Ambiente. Gabriel Brust / RFI
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“Eduardo Cunha é um dos políticos mais desacreditados no país hoje. Foi flagrado em quebra de decoro parlamentar e usou a situação para sobreviver politicamente. Tentou chantagear setores da oposição e, depois, a base de apoio parlamentar do governo em troca da não apresentação do pedido de impeachment”, disse Viana à RFI, após assistir a um evento que reuniu prefeitos brasileiros para debater questões ambientais municipais.

A aceitação do pedido de impeachment por parte do deputado Eduardo Cunha foi visto pelo governo como uma retaliação ao PT, que, no mesmo dia, havia se posicionado pela cassação do presidente da Câmara, igualmente às voltas com acusações de corrupção.

Para Viana, o pedido de impeachment elaborado por um grupo de juristas – entre eles Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT – não tem “substância” para afastar a presidência. “Temos o governo vivendo um momento difícil, de baixíssima popularidade. É mais essa a causa do que os fundamentos colocados no pedido.”

O pedido acusa a presidente por crime de responsabilidade, em função das chamadas pedaladas fiscais. A prática consistiria em gastar indevidamente dinheiro dos bancos estatais e maquiar as contas públicas, com vistas à reeleição, o que contrariaria a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Impeachment, e depois?

O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, do PSB, partido que lançou Marina Silva à presidência no ano passado, diz não imaginar que figura política poderia liderar o país em uma eventual queda da presidente. “Impeachment é sempre uma decisão política, precisa haver um consenso muito forte. A questão é: e o depois? Que projeto de liderança vem com o impeachment? Não sou otimista. Onde está essa liderança capaz de criar consensos mínimos?”.

No encontro com prefeitos brasileiros na Embaixada, nesta manhã, Lacerda defendeu uma saída para o imobilismo do governo caso se mantenha no poder: o PT renuncia à possibilidade de concorrer nas eleições de 2018 e Dilma sair do partido. “E assim ajudar a reconstruir o país, que está destruído em suas bases.”

A abertura de um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff também repercutiu com muito destaque nos sites dos principais jornais da Europa. A maioria dos diários defendeu a chefe de Estado e se posicionou contra a possibilidade de Dilma deixar o cargo.

04:53

De passagem por Paris, políticos brasileiros comentam início do processo de impeachment de Dilma

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