Pedaço de dedo leva à identidade de terrorista dos ataques em Paris
Um dedo encontrado entre corpos despedaçados após o ataque à casa noturna Bataclan, em Paris, revelou a identidade de um dos extremistas que participaram dos ataques que abalaram Paris na sexta-feira (13). O francês Omar Ismail Mostefai, de origem argelina, ia completar 30 anos no próximo dia 21 de novembro.
Publicado em: Modificado em:
Nascido em Courcouronnes, subúrbio ao sul de Paris, ele vivia em Chartres, no sudoeste da capital. Pequeno delinquente, seu histórico inclui oito condenações de 2004 a 2010, sem nenhuma ordem de prisão. "Em 2010, ele foi fichado por radicalização, mas nunca foi aberto contra ele um caso de associação de terroristas", informou o procurador de Paris, François Molins.
Mostefai frequentava uma mesquita em Lucé, perto de Chartres. Os investigadores tentam verificar se o suspeito teria passado uma temporada na Síria, entre 2013 e 2014. Há indícios de uma viagem à Turquia, porta de entrada privilegiada pelos jihadistas convertidos.
Extremistas atiram a esmo e detonam explosivos em pleno concerto
Na noite de sexta-feira, às 21h40 em Paris (18h40 em Brasília), Mostefai é um dos três homens que saem de uma Polo preta e invadem o Bataclan. Empunhando metralhadoras e vestindo coletes repletos de explosivos, o grupo atira a esmo contra o público em pleno concerto e mantem como reféns uma parte dos espectadores.
Acionados os explosivos, o saldo final da carnificina é pesado: pelo menos 89 mortos. No meio dos corpos despedaçados, um pedaço de dedo traz as informações digitais que levam a Mostefai.
Irmão se apresenta à justiça e se diz surpreso
Seis pessoas próximas a Mostefai estão sob custódia da justiça, incluindo o pai, um irmão mais velho e uma cunhada. O irmão, de 34 anos apresentou-se por conta própria em Créteil, perto de Paris. Ele se disse surpreso quando soube que o caçula, com quem não falava há anos, estava envolvido nos atentado. Por mais que tenha cortado relações com Omar há muitos anos, por conta de "problemas familiares", o irmão mais velho não imaginava que o caçula pudesse se tornar um islamista radical.
Pai de família, que vive numa casa modesta no subúrbio parisiense, o irmão do terrorista revela que tem outros dois irmãos, com os quais também cortou relações, e duas irmãs.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro