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Brasil/ Justiça

Extradição de Henrique Pizzolato é mais uma vez suspensa

O Conselho de Estado da Itália decidiu suspender a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no julgamento do mensalão. A instância pediu mais documentos ao governo brasileiro até tomar uma decisão definitiva. Juízes esperam garantias de que o réu não ficará em "situação de vulnerabilidade" em penitenciária de Brasília.

Henrique Pizzolato foi preso na Itália em fevereiro de 2014.
Henrique Pizzolato foi preso na Itália em fevereiro de 2014. Agência Brasil/ EBC
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Gina Marques, correspondente da RFI em Roma

Os cinco juízes que analisaram o caso nesta terça-feira (23) deram um prazo de 60 dias para o governo brasileiro fornecer à Itália uma documentação sobre a situação dos direitos humanos nas prisões brasileiras. Eles querem garantias de que Pizzolato não estaria em situação de vulnerabilidade dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, local designado para o cumprimento da pena. Uma nova audiência foi marcada para o dia 22 de setembro.

A decisão dos juízes significa que o Conselho de Estado italiano acolheu parcialmente os argumentos da defesa de que o réu não estaria em segurança no Brasil. O advogado de Pizzolato havia apresentado um recurso pedindo para que ele cumprisse a pena na Itália, por ter a dupla cidadania ítalo-brasileira e porque um acordo ratificado neste ano pelos governos dos dois países estabelece que o prisioneiro pode escolher onde prefere cumprir a pena, em caso de condenação.

Desde o final de fevereiro, Pizzolato está detido em uma penitenciária de Módena. No início de junho, após o sinal verde do Ministério da Justiça, a extradição chegou até a ganhar data: ocorreria a partir da segunda-feira passada (15). O advogado de defesa então decidiu recorrer ao Conselho de Justiça, que representa a última alternativa para evitar a extradição.

O conselho – formado por parlamentares e juristas que revisa procedimentos ao longo de um processo – decidiu suspender a extradição para análise do caso. A novela do retorno de Pizzolato ao Brasil se arrasta desde fevereiro de 2014, quando ele foi preso por autoridades italianas após fugir do país. Desde então, o processo caminha lentamente, tendo sido suspenso duas vezes.

Longo processo

O ex-diretor foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Antes de ser condenado, Pizzolato, que tem cidadania italiana, fugiu para a Itália com identidade falsa em 2013. Ele foi detido em fevereiro de 2014, na cidade de Maranello.

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