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Brasil/ economia

Para Levy, OCDE pode ajudar Brasil a melhorar eficiência dos gastos

No dia em que o Brasil deu um passo importante rumo à adesão à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, declarou que a entidade pode ajudar o país a melhorar a eficiência dos gastos públicos. Nesta quarta-feira (3), em Paris, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, assinou um acordo-quadro de cooperação com o órgão internacional.

Joaquim Levy (e.) e Mauro Vieira deram uma entrevista coletiva na sede da OCDE.
Joaquim Levy (e.) e Mauro Vieira deram uma entrevista coletiva na sede da OCDE. RFI
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A OCDE reúne as 34 economias mais desenvolvidas do mundo e, segundo o ministro da Fazenda, pode auxiliar o país a ocupar um papel de maior protagonismo na área de transformação. Em um contexto de queda dos preços das commodities, que foram a locomotiva do crescimento econômico do país, Levy afirma que o objetivo é levar o Brasil a competir em outros setores, como petróleo e engenharia.

“Todo mundo quer ver a melhora da qualidade dos gastos,a melhora da atuação do governo. A participação na OCDE também é uma maneira de fazer isso”, explicou.

Mauro Vieira ressaltou que o ingresso do Brasil na organização ainda não é definitivo. O chanceler destacou que, durante um período de dois anos, o país vai poder “conhecer melhor a instituição” e “ver o que vale a pena”, antes de tomar uma decisão.

Questionados, os ministros das Relações Exteriores e da Fazenda evitaram comentar o que mudou para o país querer se aproximar da OCDE justamente em um momento em que passa por uma crise. Levy sublinhou que o governo precisa equilibrar a economia sem elevar os gastos, devido à resistência do Congresso em aumentar impostos.

“Não precisamos colocar (a adesão) como ponto de partida. A participação na OCDE envolve uma série de compromissos que temos de eventualmente negociar, avaliar. Não é algo que façamos de improviso”, disse. “A vantagem desse acordo-quadro é que ele permite organizar o que a gente já faz e também nos permite avaliar de forma bastante serena qual seria o melhor passo para a frente. Enquanto isso vamos discutir os temas que seriam importantes, que são déficit, questão de informação na parte de tributação e outras coisas que estão, inclusive, em transformação. Com a crise financeira de 2008 nos países centrais, muitas instituições foram se modificando, a começar pelo G20.”

Conter a inflação

Sobre a inflação, Joaquim Levy declarou é possível segurar a alta de preços se o Banco Central “continuar vigilante”. O governo tenta evitar que a inflação ultrapasse os 8,26% até o final do ano, índice bastante superior ao teto da meta, de 6,5%.

“Agora, o importante neste processo é que o Banco Central continue vigilante, para evitar que o aumento de preços num momento, que pode ocorrer apenas uma vez, não se transforme em processo de inflação. Para isso, é preciso estar atento aos mecanismos de política monetária”, afirmou.

O ministro atribuiu a alta dos preços à correção de tarifas, como a de luz, e à falta de água na região sudeste no início do ano. Segundo Levy, “é normal que, numa situação de escassez, haja reflexo nos preços”.
 

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