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Brasil/Copa 2014

Le Monde diz que Copa do Mundo está fragilizada antes mesmo de começar

O jornal Le Monde que chegou às bancas na tarde desta quarta-feira (11) traz uma série de reportagens sobre o Brasil. Em uma das seis páginas dedicadas ao tema, o correspondente do vespertino explica como a desaceleração da economia brasileira fragilizou a organização do evento e pode arranhar a imagem do país no exterior.

Le Monde trouxe seis páginas sobre o Brasil em sua edição desta quinta-feira.
Le Monde trouxe seis páginas sobre o Brasil em sua edição desta quinta-feira.
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Como praticamente todos os jornais franceses nos últimos dias, Le Monde traz uma série de reportagens sobre o Brasil em sua edição que data de 12 de junho, abertura da Copa do Mundo. Além de uma entrevista de página inteira com o zagueiro Thiago Silva, capitão da seleção e do Paris Saint-Germain, o vespertino aborda a questão da demarcação de terras indígenas e traz um longo texto sobre as relações econômicas franco-brasileiras. No entanto, a página que mais chama a atenção é a reportagem do caderno internacional do jornal, com chamada de capa, redigida por Nicolas Bourcier, correspondente do veículo no país. 

Com o título “Um Brasil com raiva de si mesmo recebe a Copa do Mundo”, o texto explica que o Mundial deveria ser um momento de consagração para o país e para a presidente brasileira Dilma Rousseff. Afinal, lembra o jornalista, “quase um terço da população mundial terá os olhos voltados para o novíssimo estádio do Itaquerão” nesta quinta-feira (12).

O correspondente lembra que a escolha do país para sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos foi vista por analistas como a consagração de uma nova era dourada para o Brasil. “Finalmente, o eterno país do futuro iria se tornar mestre de seu futuro”, filosofa Bourcier.

Mas isso foi antes da crise. O jornalista ressalta que o crescimento brasileiro estagnou em 2,3% e que inúmeros projetos públicos lançados durante a gestão de Lula não foram concluídos. “Bilhões foram gastos sem chegar a resultados concretos”, analisa. Segundo o correspondente, desde então, as autoridades parecem “correr contra o tempo para entregar as obras de infraestrutura, mas também para evitar um desastre em termos de imagem”. O jornalista ressalta que até a imprensa internacional, geralmente eufórica quando o assunto era o Brasil de Lula, “começa a apontar problemas estruturais do país”.

Bourcier reproduz comentários de personalidades brasileiras, como o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor, e ressalta números de pesquisas de opinião recentes, segundo as quais “70% das pessoas consultadas estão descontentes com a situação do país” e 42% se opõem à Copa do Mundo no Brasil. “Coisa impensável até então, no país onde o futebol é rei, a maior festa esportiva do mundo está fragilizada antes mesmo de começar”, constata o correspondente.

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