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Brasil/Expo 2020

Haddad confia na candidatura de São Paulo para Expo 2020

À véspera da eleição da sede para a Exposição Universal 2020, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, se disse confiante na candidatura da cidade, embora a balança pareça pender para as cidades de Izmir, na Turquia, e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Aos olhos da maior parte da imprensa, a capital paulista corre por fora, junto com Ekaterimburgo, na Rússia.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad: "Não há derrota em uma disputa como essa"
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad: "Não há derrota em uma disputa como essa" Wikimedia Commons
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Mas Haddad não acha que se possa fazer prognósticos fidedignos da escolha que será feita no fim da tarde desta quarta-feira, em Paris, pelos 167 países membros do Escritório Internacional de Exposições, ou BIE, na sigla em francês. Na opinião do prefeito, a imprevisibilidade se deve ao próprio formato da eleição: "Como tem tantas voltas quanto o número de países menos um, fica mais difícil ainda (traçar prognósticos)", avaliou Haddad, em coletiva de imprensa concedida nesta terça-feira na embaixada brasileira em Paris.

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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad

"Por exemplo, a proposta brasileira se aproxima muito da turca do ponto de vista conceitual; as outras duas são bem diferenciadas, têm outro tipo de apelo. Um apelo mais diplomático, mais ostensivo. Dependendo de quem sair no primeiro turno, pode-se mudar totalmente o contexto dos seguintes porque São Paulo e Izmir estão disputando na mesma linha", afirma.

De acordo com o prefeito, há, inclusive, "uma intenção de troca de votos num eventual turno em que um de nós não esteja". Ou seja, o perfil das candidaturas e a migração de votos podem ser absolutamente decisivos para a votação, que começará às 14h30 locais (11h30 em Brasília) e deve se estender até o final da tarde.

Haddad garantiu que as manifestações de junho não vão influenciar as escolhas dos membros do BIE: "Seria fácil jogar qualquer tipo de responsabilidade: 'apesar das manifestações, São Paulo ganhou' ou 'por causa das manifestações, São Paulo ganhou'", mas um argumento como esse, das manifestações, "não pega", afirmou o prefeito.

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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad

No entanto, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que o Brasil sediará respectivamente em 2014 e 2016, foram argumentos evocados contra a candidatura paulista. Mas isso também não tira o ânimo de Fernando Haddad: "Há países que já ganharam os três eventos numa única década. Isso não seria incomum, já aconteceu no passado. Mas é óbvio que esse é um argumento apresentado no jogo diplomático. Eu usaria como argumento, se estivesse concorrendo com alguém que tem já Copa e Olimpíada".

Haddad reconheceu que a campanha brasileira foi mais modesta do que as dos outros concorrentes do ponto de vista financeiro, mas exaltou o fato de que São Paulo baseou sua abordagem em parâmetros técnicos e esforços diplomáticos. Ao longo da conversa com os jornalistas, o prefeito afirmou seguidas vezes que o plano infraestrutural será mantido independentemente da vitória na concorrência. E afastou as insinuações de que haveria descontentamentos dentro de seu governo com relação ao projeto, herdado da gestão Kassab.

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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad

"O projeto é bom para Pirituba, é bom para São Paulo, é bom para o Brasil", garantiu. "É óbvio que uma Expo catalisa um processo muito forte: você consegue atrair os investidores com muito mais facilidade. Uma coisa é financiar esse projeto que é bom com Expo; outra coisa é financiá-lo sem Expo. As dificuldades de financiamento do projeto aumentam". Se ele tiver que ser repensado, será "à luz do que acontecer" na eleição, garantiu o prefeito, reiterando que não há nenhum problema técnico com relação à parte infraestrutural nem no que tange o Centro de Exposições que será construído em Pirituba para substituir o do Anhembi.

Haddad não confirmou se, em caso de derrota, a cidade de São Paulo apresentará uma candidatura para a Expo 2025, mas afirmou que a avaliação do processo será feita na quinta-feira, de volta ao Brasil. Aconteça o que acontecer, o saldo é positivo, na opinião do prefeito: "Não vejo prejuízo numa campanha dessa em nenhuma hipótese porque isso mobilizou a inteligência nacional, mobilizou arquitetos, planejadores urbanos, mobilizou um projeto que está posto... Numa disputa dessa natureza, não há derrota", concluiu Fernando Haddad.

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