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Brasil/ EUA

Dilma cancela envio de equipe para preparar visita aos EUA

Em meio ao escândalo de espionagem do governo brasileiro pelo serviço de inteligência americano, a presidente Dilma Rousseff decidiu hoje cancelar o envio de uma missão de preparação da sua visita oficial a Washington (Estados Unidos), prevista para o final de outubro. Uma equipe de funcionários da Presidência da República e diplomatas deveria desembarcar neste final de semana na capital americana para começar a organizar a viagem de Dilma, que pode ser anulada.

Presidente Dilma Rousseff participou hoje da abertura do G20, em São Petesburgo.
Presidente Dilma Rousseff participou hoje da abertura do G20, em São Petesburgo. REUTERS/Alexander Vilf/RIA Novosti/Pool
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A visita de preparação duraria cinco dias e avaliaria itens como instalações, rotas de transporte, hospedagem e segurança. Reunidos em São Petesburgo para a cúpula do G20, a expectativa é de que Dilma e Barack Obama realizem uma reunião privada durante o evento, na qual o presidente americano poderia explicar as denúncias de que seu país espionava membros de alto escalão do governo brasileiro, inclusive a própria presidente. A informação foi divulgada pelo ex-agente Edward Snowden, que desde junho transmite a jornalistas dados confidenciais da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês).

A cúpula do G20 começou hoje e se encerra nesta sexta-feira, na cidade russa. Até o momento, Dilma não quis se pronunciar à imprensa sobre o assunto. Ela disse apenas que vai conversar com os jornalistas antes de deixar o país, por volta das 16h (9h em Brasília).

Na véspera da viagem, no dia 2, ela havia sinalizado com a possibilidade de cancelar totalmente a sua visita aos Estados Unidos em decorrência das denúncias, o que seria um claro sinal de uma crise diplomática entre os dois países. A previsão é de que ela seja recebida com honras de chefe de Estado, uma homenagem que não acontece desde 1995, quando Fernando Henrique Cardoso realizou uma viagem com este status ao país. A visita com honras já estava prevista antes do escândalo.

Nesta quinta, o vice-assessor de segurança para comunicações estratégicas da Casa Branca, Ben Rhodes, ressaltou que o governo americano vai “trabalhar” com o governo brasileiro para chegar a um “melhor entendimento” sobre a situação. Ele confirmou que Obama vai se encontrar com Dilma às margens dos debates do G20, mas não especificou em que momento.

“Tenho certeza de que eles terão uma ocasião para conversar”, declarou. “Nós compreendemos o quanto é importante para os brasileiros. Nós trabalhamos com os brasileiros para que eles tenham uma melhor compreensão do que nós fazemos e como nós fazemos, e para compreender as preocupações deles.”

Na sexta-feira, Dilma participará do encontro dos líderes do G20 com empresários, executivos e sindicalistas dos países-membros. Ao final da cúpula, os presidentes e chefes de Governo assinarão a declaração final do encontro, chamada de Plano de São Petersburgo. O texto deve incluir compromissos firmados anteriormente em reuniões multilaterais dos países do G20, com estímulos para a geração de emprego e a retomada da economia.
 

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