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Brasil/ tecnologia

Brasil e França negociam parceria para supercomputadores

O Brasil e a França estão negociando há mais de um ano uma parceria estratégica para a fabricação de computadores de alto desempenho, chamados de supercomputadores, no que seria o ingresso do Brasil nesta área em que poucos países possuem tecnologia. A produção do equipamento seria feita no Brasil, com tecnologia francesa.

Nasa, nos Estados Unidos, possui supercomputadores.
Nasa, nos Estados Unidos, possui supercomputadores. Trower, NASA/ Wikipedia
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Um eventual acerto entre os dois países marcaria mais um passo nas parcerias que França e Brasil têm desenvolvido nos últimos anos, a exemplo da construção, no Brasil, de cinco submarinos franceses, um deles nuclear. As conversas para a produção de um supercomputador incluem a transferência de tecnologia, um aspecto que vem sendo uma exigência de Brasília nos contratos realizados com outros países.

“Essa é uma área entre as várias nas quais as cooperações bilaterais têm prosperado, sobretudo as com foco industriais, na área de inovação tecnológica”, disse Demétrio Bueno Carvalho, ministro-conselheiro da embaixada brasileira em Paris nas questões tecnológicas.

Carvalho explica que a criação de um centro tecnológico de serviços para computação também faz parte das negociações, que também estão sendo realizadas com outros países, que o ministro-conselheiro preferiu não citar. O objetivo dos projetos é desenvolver ferramentas de última geração que poderiam ter múltiplos usos civis e militares, como para a exploração de petróleo e energia, para laboratórios de pesquisa avançada, uso médico e farmacêutica, além de facilitar serviços bancários e comunicações. A fabricação destas máquinas, avalia o diplomata, permitiria ao Brasil dar um salto tecnológico de 20 anos.

França se destaca de concorrentes

Poucos países do mundo dispõem de supercomputadores, capazes de realizar milhões de cálculos complexos em instantes. Estados Unidos, China e Japão, alem da França, são alguns dos que possuem a tecnologia. “Esta tecnologia é considerada sensível, mas a França já providenciou as autorizações, no plano político, para que ela pudesse ser transmitida ao Brasil. Por isso a proposta francesa tem se destacado”, disse Carvalho. No ano passado, os dois países assinaram uma declaração de intenções em vistas a um acordo.

O ministro-conselheiro explica que caberá ao Ministério da Ciência e Tecnologia tomar a decisão, que ainda não tem prazo para ocorrer. A empresa francesa que participaria de um eventual acordo seria a Bull, mas do lado brasileiro ainda não há definição sobre onde o supercomputador seria fabricado. “Acredito que o Laboratório Nacional de Computação Científica ocupara um papel de primeiro plano, mas isso não foi decidido”, afirmou Carvalho.

O assunto deve ser abordado pela presidente Dilma Rousseff quando ela vier para a primeira visita de Estado à França desde a eleição do presidente socialista François Hollande. A visita está prevista para ocorrer em dezembro.

Carvalho destacou que “não há a menor relação entre este processo e o da aquisição de aviões pela aeronáutica brasileira”, em referência à concorrência para a renovação da frota da FAB, da qual a França participa com os caças Rafale. “A eventual utilização militar deste computador diz respeito à simulação de jogos de guerra, por exemplo.”
 

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