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Brasil/corrupção

Caso Cachoeira ameaça coalizão PT-PMDB, diz Le Monde

O jornal vespertino Le Monde deste fim de semana destaca o caso Cachoeira, que envolve o alto escalão de Brasília, e a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), criada especialmente para apurar o envolvimento de parlamentares em um esquema de corrupção, incluindo o senador Demóstenes Torres (DEM).

Reprodução da reportagem sobre o Caso Cachoeira publicada pelo Le Monde
Reprodução da reportagem sobre o Caso Cachoeira publicada pelo Le Monde Reprodução
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Mesmo às vésperas das eleições presidenciais francesas, o Le Monde dedicou meia página da edição de fim de semana ao caso Cachoeira. No dia 29 de fevereiro, a polícia federal, em uma ampla operação, desarticulou um esquema de exploração de máquinas caça-níqueis em Goiás. O protagonista, Carlinhos Cachoeira, é suspeito de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e contrabando. Mais de 82 mandados de prisão foram emitidos. Com o título 'Os brasileiros assistem a uma uma nova novela que mistura corrupção e política', a reportagem lembra que Carlos Cachoeira é uma figura emblemática do escandâlo do Mensalão, e apareceu em um vídeo negociando comissões e propinas com Waldomiro Diniz, colaborador do ex- chefe da Casa Civil, José Dirceu.

O jornal francês lembra que pelo menos três senadores, cinco deputados federais e quatro empresas públicas podem estar envolvidos no esquema. Cerca de 300 ligações telefônicas interceptadas pela PF revelaram a participação de cerca de 80 pessoas, e a CPI que investiga o caso marcou cerca de 167 audiências. O senador Torres, que segundo o Le Monde não tinha nenhum histótico de corrupção, é acusado de ter beneficiado da negociação de contratos públicos, e deve ser ouvido no início de junho. Uma das empresas envolvidas é a Delta, responsável por diversas obras de infraestrutura para Copa do Mundo. Para o Le Monde, é provável que haja novos atrasos nos preparativos para o Mundial.

De acordo com o jornal, o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, é próximo do governador do Rio, Sérgio Cabral, membro influente do PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer. Por esse motivo, a presidente Dilma Rousseff teria preferido manter a discrição em relação ao caso, apesar de ter adotado uma postura firme em relação aos ministros acusados recentemente de corrupção. Para o Le Monde, a presidente, que mantém altos índices de popularidade, teme que a investigação possa atrapalhar a agenda política do país e a ameaçar a coalizão PDMB-PT.
 

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