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AF447/François Fillon

Familiares das vítimas do voo 447 reúnem-se com premiê francês

Os representantes da Associação dos Familiares das Vítimas do voo 447 no Brasil devem se encontrar nesta sexta-feira com o primeiro-ministro francês François Fillon, que chegou ao país nesta quarta-feira para uma visita de quatro dias. Os familiares esperam obter esclarecimentos sobre as dificuldades em repatriar os corpos dos brasileiros que morreram no acidente.

Polícia escolta caminhão que transporta restos mortais de vítimas do AF447.
Polícia escolta caminhão que transporta restos mortais de vítimas do AF447. Reuters
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Nesta sexta-feira, o premiê francês participa de uma cerimônia em homenagem às vítimas do acidente no jardim Parque Dois Irmãos, situado no Leblon, no Rio de Janeiro. Na ocasião, ele vai depositar flores no monumento em memória aos passageiros que morreram na tragédia e fará um minuto de silêncio. Em seguida, o primeiro-ministro francês deverá se encontrar com os representantes da Associação dos Familiares das Vítimas do voo 447 em um hotel em Copacabana.

De acordo com o diretor-executivo da Associação, Marteen Van Sluys, o tema da reunião será a repatriação dos corpos dos 18 brasileiros encontrados na segunda fase de buscas da tragédia, ocorrida em 31 de maio de 2009. Desde o dia 12, apenas seis deles puderam ser entregues às famílias. Entraves burocráticos envolvendo a Justiça francesa, o consulado brasileiro e a companhia Air France acabaram impossibilitando a transferência de parte restos mortais da França para o Brasil. "Devo apresentar a carta na qual o premiê se compromete a atender os anseios das famílias vitimadas, que querem ser tratadas com a devida dignidade. Não é o que está acontecendo", disse Van Sluys.

Em uma carta enviada em maio a Jean Baptiste Audousset, presidente da 'Entraide et Solidarité',  a Associação francesa das vítimas, o primeiro-ministro francês critica a divulgação de informações contraditórias sobre o conteúdo das caixas-pretas, contendo os parâmetros do voo e os diálogos dos pilotos.No documento, ele diz que tais informações, extra-oficiais, podem dar margem a diferentes interpretações. No último relatório de etapa sobre a catástrofe, publicado em julho, a BEA, a agência civil francesa que investiga as causas do acidente, aponta as falhas dos pilotos como um dos fatores decisivos para a queda da aeronave. Eles teriam executado a manobra errada, provocando a perda de sustentação do Airbus 330 da Air France.

A tragédia deixou 228 vítimas, entre elas, 59 brasileiros. 20 corpos foram encontrados na primeira fase de buscas, em 2009, e entregues às famílias pelas autoridades brasileiras. Em 2011, a fuselagem e as caixas-pretas do avião foram localizadas, e outros 18 corpos puderam ser localizados e identificados. Mas como a operação foi realizada pela França, coube ao Instituto Médico Legal francês a tarefa de identificar os restos mortais dos passageiros. Como existe um processo judicial no país contra a Air France e a Airbus, que foram acusadas de homicídio culposo, todos os elementos envolvendo a catástrofe tornam-se provas. A iberação dos corpos necessitou, assim, de um documento conhecido como ‘autorização para sepultar’, emitido pela Justiça francesa, o que complicou a operação. A autorização foi dada no último dia 8, mas o IML francês só libera os corpos às quintas e sextas-feiras.
 

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