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AF447/corpos

Justiça francesa encerra resgate dos corpos do voo AF447

A operação para a retirada dos corpos do voo AF447, que caiu no dia 31 de maio de 2009 no oceano Atlântico, terminou nesta sexta-feira. Os restos mortais de 104 passageiros foram recuperados e poderão ser identificados, segundo um comunicado enviado às famílias das vítimas do acidente pelo embaixador Philippe Vinogradoff, designado pelo governo francês para a comunicação com os parentes.

Operação de resgate dos destroços do voo AF-447
Operação de resgate dos destroços do voo AF-447 http://www.bea.aero/fr
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O navio Ile de Sein, utilizado para as buscas, encerrou definitivamente sua missão nesta sexta-feira, com a descoberta das caixas-pretas e o fim da operação de resgate dos corpos, três dias depois do aniversário de dois anos do acidente. De acordo com o texto do comunicado, 104 corpos puderam ser retirados do fundo do oceano, além dos 50 resgatados na primeira fase, logo depois da tragédia, em 2009. O fim da operação foi marcado por uma cerimônia acompanhada pela equipe de peritos a bordo. Uma placa metálica foi depositada no fundo do oceano, em memória das vítimas. Trata-se do sepultamento marítimo de 74 corpos que não puderam ser recuperados, diante da impossibilidade de identificação. Segundo as famílias, também foram jogadas 228 flores no mar.

O Ile de Sein agora segue para Las Palmas e em seguida atracará no porto de Bayonne, na Aquitânia, no sul da França. Os corpos serão transferidos para o Instituto Médico Legal da cidade, o que acontecerá provavelmente na próxima semana. O processo de identificação deve começar imediatamente, mas a análise do DNA das vítimas pode demorar meses. A Justiça francesa já entrou em contato com as famílias na semana passada pedindo dados para o envio de informações. Os peritos podem pedir elementos que facilitem o trabalho: radiografias e objetos que ainda possam conter traços de saliva ou cabelo. Os corpos estão sob responsabilidade da Justiça e são provas judiciais no processo contra as empresas Airbus e Air France, acusadas de homicídio culposo. Para o representante da Associação dos Familiares das Vítimas do voo 447, Marteen Van Sluys, "é uma nova angústia para as famílias que perderam mais de uma pessoa no acidente e poderão ter apenas um identificado."

Famílias alemãs pedem paralisação do Airbus 330

Em uma petição, as famílias alemãs das vítimas do voo 447 também pediram nesta quinta-feira à juíza francesa Sylvie Zimmerman, responsável pelo processo contra a Airbus e a Air France, a paralisação total dos aviões A330. O documento se baseia em uma avaliação do professor Gerhard Huettig da faculdade técnica de Berlim. De acordo com a análise de Huettig, que também é ex-piloto de Airbus,  o sistema de proteção que impede a perda de sustentação da aeronave, ou stall, não funcionou. Em seguida, segundo os especialistas alemães, os estabilizadores horizontais impediram os pilotos de efetuar a manobra correta, que seria de picar o avião, ou abaixar o nariz da aeronave.

O BEA, a agência civil que investiga as causas do acidente, divulgou no dia 27 de maio um comunicado com as primeiras conclusões sobre o acidente AF447. Os sensores Pitot, que medem a velocidade do avião, desencadearam a sequência de panes que resultou na catástrofe. O Airbus330 acabou perdendo sustentação e caindo depois de uma manobra do piloto, que elevou o nariz do avião, em vez de abaixá-lo. O piloto automático, desligado, também não foi novamente acionado. Os investigadores do BEA continuam analisando os parâmetros do voo para entender, tecnicamente, porque os pilotos teriam sido induzidos ao erro. O relatório final do acidente só de ve ser divulgado em 2012.
 

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