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América Latina

Após dia de confrontos violentos, Guaidó convoca greve geral na Venezuela

Milhares de pessoas foram às ruas nesta quarta-feira (1°) em Caracas, em resposta à convocação de Juan Guaidó, que mobiliza a população para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder. O chefe do Parlamento e líder da oposição venezuelana havia anunciado na véspera ter recebido o apoio dos militares e mobilizou seus partidários para o que qualificou de “maior marcha da história”. Manifestantes e militares se enfrentaram nas ruas da capital.

Juan Guaidó durante manifestação de 1° de maio em Caracas.
Juan Guaidó durante manifestação de 1° de maio em Caracas. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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“Nós devemos continuar nas ruas até conseguirmos a liberdade”, declarou Guaidó diante de uma multidão de partidários reunidos ao leste de Caracas. “A Venezuela vive uma ocasião de se rebelar pacificamente contra um tirano”, escreveu o opositor durante o dia nas redes sociais, antes de convocar uma greve geral no país. 

Mas os protestos não foram pacíficos. Os confrontos começaram quando dezenas de opositores tentaram bloquear uma estrada, lançando pedras e coquetéis molotov contra a base aérea onde um grupo de militares se rebelou na véspera contra Maduro. Da base, soldados da Guarda Nacional lançaram gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que estavam encapuzados.

Militares também lançaram bombas de gás lacrimogêneo para impedir o avanço de uma pequena mobilização no setor de El Paraíso, a uma distância de menos de quatro quilômetros do palácio presidencial de Miraflores. Em outros setores da cidade, como La Florida, membros da oposição denunciaram "repressão" da Guarda Nacional e da Polícia.

OEA organizou sessão extraordinária

Uma sessão extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA) dedicada à situação na Venezuela foi inaugurada nessa quarta-feira pelo delegado de Guaidó, o advogado Gustavo Tarre. Ele ocupa a cadeira de Caracas, depois que a organização decidiu, em votação, não reconhecer os representantes de Maduro.

"Os Estados Unidos condenam, nos termos mais firmes, estes ataques contra manifestantes pacíficos", declarou Alexis Ludwin, representante de Washington no conselho permanente da OEA.

Também nesta quarta, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, advertiu as autoridades venezuelanas para que evitem um "uso excessivo da força" contra os manifestantes. Ela convocou todas as partes a "renunciarem à violência".

"O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos está extremamente preocupado com as informações sobre o uso excessivo da força por parte das forças de segurança contra manifestantes na Venezuela, o que aparentemente deixou dezenas de feridos", disse a porta-voz de Bachelet, Marta Hurtado, em um comunicado. Na declaração, ela lembrou ainda o governo venezuelano de seu dever de garantir a proteção dos direitos humanos de todos e ressaltou que esta agência da ONU "continuará monitorando a evolução da situação no país".

Rússia critica posição norte-americana

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, denunciou a postura dos Estados Unidos diante da crise na Venezuela, considerando-a "uma violação flagrante do Direito Internacional". A crítica foi feita diretamente ao secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.

"Esta influência destrutiva não tem nada a ver com a democracia", sendo "uma ingerência nos assuntos da Venezuela", disse Lavrov durante um telefonema realizado por "iniciativa norte-americana", destacou a Chancelaria russa em seu comunicado.

Pompeo já tinha declarado que o governo dos Estados Unidos está preparado - se for necessário - para intervir militarmente na Venezuela.

(Com informações da AFP)

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