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Em meio ao caos do apagão, Guaidó faz apelo por manifestações na Venezuela

O líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, fez um apelo nesta segunda-feira (11) para que “toda a população” do país se manifeste na terça-feira (12) a partir das 15h contra o apagão que começou na semana passada. “Amanhã, todos nas ruas!”, disse o autoproclamado presidente interino. Enquanto isso, o Parlamento decretou estado de “alerta nacional”.

Juan Guaido durante uma coletiva de imprensa no domingo (10)
Juan Guaido durante uma coletiva de imprensa no domingo (10) REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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A situação na Venezuela não é normal e não vamos deixar que essa tragédia seja vista como banal”, ressaltou Guaidó. Ele citou as diversas dificuldades enfrentadas pelos venezuelanos, como a falta de água. Guaidó também pediu a seus “embaixadores” (que ele mesmo nomeou) que coordenem o apoio internacional à Venezuela.

A pedido de Juan Guaidó, a maioria opositora do Parlamento da Venezuela declarou nesta segunda-feira estado de "alerta nacional" ante a "calamidade pública" gerada pelo apagão que afeta o país petroleiro há quatro dias.

O presidente Nicolás Maduro afirma que a pane elétrica é fruto de um ataque cibernético dos EUA contra a principal central hidroelétrica venezuelana. A explicação foi qualificada de “cenário hollywoodiano” por Guaidó, que denunciou a corrupção dos serviços de Estado encarregados da eletricidade.

Apagão continua

Enquanto os dois líderes políticos continuam a disputar o poder no país, a crise da eletricidade continua. Nesta segunda-feira, uma instalação elétrica explodiu em Caracas por razões desconhecidas. No domingo (10), lojas foram saqueadas – o governo anunciou a distribuição de alimentos nos bairros mais pobres.

Os geradores de energia dos hospitais se concentram nas salas de emergência. Segundo a ONG Codevida, 15 doentes renais morreram por falta de tratamento, enquanto Guaidó afirma que outros 17 perderam a vida em outros centros médicos. Até o momento, o governo sustenta que não há falecidos.

Muitas lojas estão fechadas e há poucas mercadorias disponíveis. Há meses os venezuelanos sofrem pela falta de moeda corrente e até uma pequena compra é feita através de transferência eletrônica. Por conta do apagão, não há como fazer qualquer transação comercial.

Muitos comerciantes estão vendendo água, carne, gasolina e até gelo em dólares. Com um êxodo de 2,7 milhões de venezuelanos desde 2015 segundo a ONU, a falta de comunicação com parentes no exterior também é angustiante. Ao cair da noite, com as ruas às escuras, surge o terror por conta da delinquência num país com altos índices de violência.

Há pouco transporte e longas filas se formam nos postos de combustível por conta do medo da falta de abastecimento, já que as bombas dependem da luz para funcionar. No aeroporto internacional de Maiquetía também há caos. As autoridades registram manualmente a entrada e saída de passageiros.

Crise diplomática

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, pediu calma e explicou que “a paciência é a arma que vai nos dar a vitória”. Segundo ele, as Forças Armadas tomaram estações e subestações de energia elétrica em todo o país para evitar "novas ações" contra a Venezuela.

No cenário internacional, os EUA decidiram sancionar o banco russo Evrofinance Mosnarbank, nesta segunda-feira, por seu apoio ao governo de Maduro. Os bens da instituição ou pertencentes a americanos foram congelados e os cidadãos do país estão proibidos de fazer transações com o banco.

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