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Venezuela/Crise

Cruz Vermelha: 1 milhão de venezuelanos fugiram para Colômbia desde meados de 2017

A crise na Venezuela provocou a fuga de cerca de 1 milhão de cidadãos do país para a Colômbia a partir do segundo semestre de 2017, informou nesta quarta-feira (9) a Federação Internacional das organizações da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICR, na sigla em francês).

Oficiais do serviço de imigração da Colômbia registram a chegada de venezuelanos em Cucuta, em janeiro de 2018.
Oficiais do serviço de imigração da Colômbia registram a chegada de venezuelanos em Cucuta, em janeiro de 2018. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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O dado se refere às pessoas que atravessaram a fronteira pelos centros de controle oficiais de imigração. "Não sabemos quantos passaram por pontos de imigração não-oficiais", declarou o diretor do departamento de Saúde da Cruz Vermelha, Emanuele Capobianco. 

Segundo ele, cerca de 37 mil pessoas passam todos os dias pela fronteira para entrar no país vizinho. Em uma recente viagem à região, Capobianco disse à agência AFP ter testemunhado um "fluxo constante de pessoas" deixando a Venezuela, muitos deles levando apenas pertences pessoais nas costas.

Mas nem todos os venezuelanos ficaram em território colombiano, afirma o diretor da Cruz Vermelha. Alguns retornaram para a Venezuela ou migraram para outros países da região durante o período.

O fluxo migratório continua diante da situação econômica crítica enfrentada pelo país rico em petróleo, mas que convive com uma escassez de produtos e medicamentos, agravada por uma hiper inflação.

"A crise humanitária deve ser melhor avaliada", estima o responsável da Cruz Vermelha. Capobianco constatou um aumento nos casos de malária, difteria e outras doenças graves.

Novas sanções?

Novas sanções podem agravar crise. A Venezuela está mergulhada em uma grave crise econômica e política desde o início de 2016. O país foi apontado em "default" parcial por várias agências de classificação de risco.

Na terça-feira (8), os Estados Unidos anunciaram uma nova disposição de adotar outras medidas para isolar ainda mais o país até que Nicolás Maduro deixe o poder. "Acho que devemos continuar a isolar Maduro até que ele ceda. ", declarou Nikki Haley, embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas. 

Segundo ela, os países da região é quem devem se mobilizar para provocar a queda de Maduro. "A opressão sistemática dos venezuelanos se tornou uma ameaça ativa para toda a região", completou.

Washington fez um apelo para que outros países também adotem a mesma postura firme contra Caracas.

Tentativa de reeleição

Maduro se prepara para se manter no cargo e disputar a próxima eleição presidencial prevista para 20 de maio. A oposição anunciou um boicote à votação que também é criticada por boa parte da comunidade internacional. O vice-presidente americano Mike Pence pediu a suspensão da eleição. "As chamadas eleições são nada menos do que uma fraude e um farsa", afirmou.

Ao mesmo tempo, o Tesouro americano anunciou ter adotado novas sanções contra mais de 20 empresas venezuelanas, sendo 16 baseadas no país e outras no Panamá, além de visar três cidadãos venezuelanos. Eles estariam implicados, segundo o governo americano, com o tráfico de droga e lavagem de dinheiro.

 

 

 

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