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Venezuela/Estados Unidos

EUA descartam opção militar na Venezuela, mas “não vão ficar de braços cruzados”

Em visita oficial à Argentina, o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, afirmou nesta terça-feira (15) que os Estados Unidos podem agir diante da crise na Venezuela. Porém, o representante da Casa Branca esclareceu que seu país procura "uma solução pacífica".

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence (d), durante discurso ao lado do presidente da Argentina, Mauricio Macri, em Buenos Aires
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence (d), durante discurso ao lado do presidente da Argentina, Mauricio Macri, em Buenos Aires REUTERS/Marcos Brindicci
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Correspondente da RFI em Buenos Aires

"O presidente Trump enviou-me aqui para que fique claro na Argentina e em toda a América Latina que os Estados Unidos não vão ficar de braços cruzados enquanto a Venezuela se desmembra", avisou o vice-presidente norte-americano, Mike Pence. "O presidente dos Estados Unidos e eu confiamos que, ao trabalhar com os aliados da região, vamos conseguir uma solução pacífica para crise que a Venezuela enfrenta", completou.

A declaração em tom diplomático de Pence é feita ao lado do presidente argentino, Mauricio Macri, na residência presidencial de Olivos. Ambos os líderes referiram-se à situação da Venezuela e contrastam com a declaração feita esta semana pelo presidente Donald Trump, na qual afirmava "não descartar uma opção militar".

O líder argentino insistiu na posição de Buenos Aires, mas também do Brasil, Paraguai e Uruguai. "No Mercosul, não vemos como alternativa o uso da força para a solução do conflito na Venezuela", destacou.

"Temos de apostar na posição política e econômica para que, o mais cedo possível, a democracia volte à Venezuela. Esse é o caminho. O caminho não é o uso da força, mas aprofundar a demanda política e levar em consideração a realidade econômica para ver como ajudamos a restabelecer a democracia na Venezuela", completou Macri.

Pence somou-se à visão regional. "Temos de apoiar o povo venezuelano na sua luta pela liberdade. É preciso aumentar a pressão diplomática e econômica sobre o regime de Maduro para restabelecer a democracia por meios pacíficos", concordou.

O vice de Trump elogiou os esforços de Macri para "reinstalar a reputação argentina no mundo". "A Argentina, de muitas maneiras, é uma inspiração em todo este continente e em nível mundial. Estou aqui para dizer que o presidente Trump está com você", disse Pence a Macri. O representante da Casa Branca também saudou os "audazes programas de mudança para transformar a economia" e a liderança do presidente argentino como “defensor da liberdade, da democracia e do estado de direito".

Repúdio à "opção militar"

No último fim-de-semana, os países integrantes do Mercosul repudiaram a advertência do presidente norte-americano, Donald Trump, de incluir a "opção militar" como forma de intervir na situação da Venezuela. Sob o título de "Venezuela: O Mercosul rejeita o uso da força para restabelecer a ordem democrática", Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai disseram que "os únicos instrumentos aceitáveis para a promover a democracia são o diálogo e a diplomacia".

"O repúdio à violência e a qualquer opção que implique o uso da força é inevitável e constitui a base fundamental para a convivência democrática, tanto no plano interno quanto nas relações internacionais", disse a nota conjunta do bloco.

O Mercosul decidiu suspender a Venezuela do grupo no último dia 5 de agosto por "ruptura da ordem democrática".

A viagem do vice-presidente americano, que começou pela Colômbia, continuará por Chile e Panamá.

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