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Museu/ Estados Unidos

Museu em Washington vai abrigar história e cultura afro-americanas

Quando, em 2003, o então presidente norte-americano George W. Bush assinou a lei para o estabelecimento do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americanas, em Washington, a instituição não passava de um conceito e ainda não contava com artefato algum, nem local para construção. Mas não faltava entusiasmo pela ideia de homenagear a história e a cultura de uma minoria que tanto formou e hoje amplamente define a sociedade dos Estados Unidos.

Visitantes do museu podem simular estar sentados em uma lanchonete da tumultuada década de 60 onde ativistas afro-americanos mostravam resistência ao frequentar estabelecimentos onde não eram bem-vindos pela maioria branca.
Visitantes do museu podem simular estar sentados em uma lanchonete da tumultuada década de 60 onde ativistas afro-americanos mostravam resistência ao frequentar estabelecimentos onde não eram bem-vindos pela maioria branca. Ligia Hougland
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Ligia Hougland, correspondente da RFI em Washington

O entusiasmo provou ser contagiante. Neste 24 de setembro, as portas do novo membro da Instituição Smithsonian serão abertas ao público em uma cerimônia que contará com a presença de Barack Obama ao lado de Bush. A construção de 37 mil metros quadrados, embrulhada em uma coroa de bronze, abriga cerca de três mil itens e ocupa o mais cobiçado espaço imobiliário da capital americana, ao lado do Monumento de Washington.

“A história afro-americana representa um perfeito exemplo da história dos Estados Unidos”, diz Lonnie Bunch, presidente fundador do museu.

E essa história é contada em 12 exposições inaugurais que foram agrupadas em três temas principais: história, comunidade e cultura.

Em 2003, o congresso americano determinou que US$ 270 milhões fossem alocados ao projeto. Mas o custo do museu chegou a aproximadamente o dobro desse valor, e os cerca de US$ 300 milhões adicionais foram conseguidos pelo meio de doações feitas por empresas, celebridades e indivíduos. Além disso, cerca de 40 mil itens foram doados para serem expostos no museu.

“A vida nunca vai ser exatamente como a gente quer, mas a questão é saber como seguir adiante, e é isso que esse museu representa”, diz Spencer Crew, curador do museu.

História

A peça central do museu é a exposição "Slavery and Freedom" (Escravidão e Liberdade, em tradução livre) que, começando no século 15, explora o núcleo da história americana por meio de experiências pessoais que resultaram nos legados econômico e político dos Estados Unidos. Nessa galeria estão o xale e o hinário usados pela abolicionista Harriett Tubman, grilhões de tornozelo para uma criança escrava e uma cabana de escravos original de Edisto Island, no estado da Carolina do Sul.

A galeria "Defending Freedom, Defining Freedom: Era of Segregation" (Defendendo a Liberdade, Definindo a Liberdade: Era da Segregação, em tradução livre) leva os visitantes desde o final da Reconstrução até o movimento pelos direitos civis dos anos 1960. Ente os itens que se encontram nessa galeria estão um vestido feito por Rosa Parks (ativista pelos direitos afro-americanos), uma torre da Penitenciária do Estado da Louisiana e um vagão de trem da era da segregação.

A seção "A Changing America: 1968 and Beyond" (Uma América em Transformação: 1968 e Além, em tradução livre) ilustra o impacto que os afro-americanos tiveram e ainda têm sobre os mais diversos aspectos da vida nos Estados Unidos. A exposição cobre a partir da morte de Martin Luther King Jr. até a reeleição de Barack Obama em 2012.

Comunidade

A exposição interativa "Power of Place" (Poder do Lugar, em tradução livre) mostra como foi a experiência afro-americana de acordo com o local, passando pela vida urbana em Chicago, lazer em Martha’s Vineyard, a chamada “Wall Street negra”, em Tulsa, os campos de plantação de arroz da Carolina do Sul, a segregação no Mississippi e o nascimento do hip-hop no Bronx.

Os visitantes podem ver como os afro-americanos enfrentaram diversidades se valendo de resiliência na exposição "Making a Way Out of No Way" (Dando um Jeito a Partir do Nada, em tradução livre). E a galeria dedicada a esportes mostra as contribuições dos atletas afro-americanos dentro e fora das arenas esportivas.

Além disso, há uma linha do tempo que destaca a participação dos afro-americanos no serviço militar, uma tradição que teve início na Guerra Revolucionária.

Cultura

A exposição mais vibrante do museu é chamada "Musical Crossroads" (Cruzamentos Musicais, em tradução livre), onde os visitantes são beneficiados com a abundância da música afro-americana nos mais variados gêneros. A exposição "Cultural Expression"s (Expressões Culturais) examina a presença da identidade afro-americana em moda, beleza, culinária, dança e linguagem. Há também uma galeria de artes visuais que apresenta pinturas e esculturas, entre muitos outros objetos de arte. Em "Taking the Stage" (Entrando no Palco, em tradução livre) os visitantes podem ver exemplos de como o racismo pode ser combatido no teatro, cinema e televisão.

Restaurante

Diferente da maioria das opções gastronômicas pouco apetitosas oferecidas pelas cafeterias da maioria dos museus da Instituição Smithsonian, o Museu de História e Cultura Afro-Americanas conta com o belo e espaçoso restaurante Sweet Home Café, que apresenta quatro áreas onde são preparadas receitas tradicionais das comunidades afro-americanas em diferentes regiões dos Estados Unidos.

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