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Linha Direta

Argentina vai ajudar a prevenir atentados no Brasil na Olímpiada

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A Argentina vai ajudar o Brasil na prevenção de um eventual atentado durante os Jogos Olímpicos e na neutralização de eventuais torcedores violentos que atravessarem a fronteira rumo ao Rio de Janeiro. Mas enquanto coopera com as autoridades brasileiras, o governo argentino também se diz em alerta quanto à possibilidade de algum ataque em seu próprio território.

Para colaborar com a segurança durante os jogos, a Argentina enviará policiais ao Brasil.
Para colaborar com a segurança durante os jogos, a Argentina enviará policiais ao Brasil. REUTERS/Pilar Olivares
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Na semana passada, a prisão de brasileiros suspeitos de prepararem atos terroristas durante os Jogos disparou o primeiro alerta. Nesta semana, o ataque a uma igreja católica na França, com o brutal assassinato de um sacerdote, aumentou a preocupação justamente na terra de origem do Papa Francisco.

Agentes de segurança argentinos vão reforçar a segurança nos Jogos Olímpicos. A Argentina vai enviar agentes da Polícia Federal, da Polícia de Segurança Aeroportuária, da Guarda Costeira e militares da Gerdarmaria argentina, uma espécie de Polícia do Exército. Chegam ao Brasil no próximo dia primeiro e ficam até depois dos Jogos Olímpicos, no dia 23 de agosto.

Além de participarem do Centro Internacional de Inteligência no Rio de Janeiro, os agentes argentinos vão agir em Brasília e em Foz do Iguaçu, um ponto nevrálgico da segurança regional. A Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai funciona como um ambiente ideal para uma eventual ação de grupos terroristas ou como porta de entrada aos três países.

Na região, é incessante o trânsito de pessoas que cruzam diariamente as fronteiras. Também tem uma forte comunidade árabe e controles migratórios extremamente frágeis, além de atividades ilegais como o contrabando. A tríplice fronteira pode funcionar como uma plataforma para um ataque terrorista.

Torcedores violentos poderão ser barrados

A exemplo do que aconteceu durante a Copa do Mundo, a Argentina entregou uma lista de torcedores violentos às autoridades brasileiras. Alguns serão barrados se tentarem atravessar a fronteira, outros estarão sob constante monitoramento em solo brasileiro.

O governo argentino também trabalha com a hipótese de algum atentado em seu próprio território e redobrou o cuidado diante de possíveis ameaças terroristas, na hipótese de a Argentina ser um alvo secundário durante os Jogos Olímpicos. A vitrine é o Brasil, mas um atentado pode ser na região.

O alerta veio depois da captura no Brasil de dez suspeitos na semana passada, mas aumentou depois do ataque a uma igreja católica na França nesta semana. Um ataque terrorista "no coração do Vaticano" como foi prometido pelos extremistas, poderia ser interpretado não só ao Papa argentino, mas ao berço do Papa, a Argentina.Todas as igrejas católicas são potenciais alvos, mas principalmente a Catedral de Buenos Aires, onde o Papa Francisco vivia como arcebispo.

Outra preocupação é com a represa de Yacyretá, uma das maiores do mundo na fronteira com o Paraguai. Em frente à Yacyretá, encontra-se Ayolas, cidade argentina com forte presença árabe. A comunidade judaica na Argentina, a maior da América Latina, levou as suas preocupações à ministra da Segurança, Patricia Bullrich, quem lhes assegurou que está "em constante alerta", que "tem trocado informação com outros países e com a Interpol nas fronteiras com o Brasil e com o Paraguai".

Argentina foi alvo de dois atentados

A Argentina foi alvo de dois atentados terroristas. Em 1992, uma bomba arrasou a Embaixada de Israel aqui em Buenos Aires. Dois anos depois, um carro-bomba destruiu a Associação Mutual israelense-argentina. No total, 114 mortos e mais de 300 feridos. O próprio promotor Alberto Nisman foi assassinado, no ano passado, horas antes de denunciar no Parlamento que a ex-presidente Cristina Kirchner tinha acobertado a participação do Irã nesses atentados. Ninguem foi culpado pelos atentados e as investigações nunca avançaram. Essa impunidade é o cenário ideal para novas ameaças tanto na Argentina quanto na região.

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