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Oposição avança em processo para referendo de Maduro

A oposição ao governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, afirma já ter conseguido mais de um milhão de assinaturas no documento que pede a saída do presidente do cargo. Trata-se de uma primeira etapa para aprovar o referendo que vai votar a diminuição do mandato do chefe de Estado.

População faz fila para comprar mantimentos, em Caracas.
População faz fila para comprar mantimentos, em Caracas. REUTERS/Marco Bello
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“Nós temos atualmente 1.102.236 assinaturas e vamos conseguir mais”, garante Henrique Capriles, um dos líderes da oposição. O número é oito vezes maior do que o exigido pelo Conselho Nacional Eleitoral, que deve receber o documento na próxima segunda-feira (2).

De acordo com as normas, a oposição deveria recolher assinaturas que representassem 1% dos eleitores venezuelanos para que o Comitê Eleitoral analisasse o pedido de realização do referendo. Se o Conselho validar essa primeira etapa, a oposição terá três dias para reunir quatro milhões de assinaturas para ter o direito de convocar a consulta popular.

A votação, que seria realizada no final do mês de novembro, deverá ultrapassar o número de votos obtidos por Maduro durante as eleições de 2013. Em outras palavras, para conseguir tirar o atual presidente do poder, o referendo solicitado pela oposição precisa angariar mais de 7,5 milhões de votos.

Cerca de 68% dos venezuelanos são favoráveis à diminuição do mandato de Maduro e pedem que “novas eleições presidenciais sejam convocadas o mais rápido possível”, segundo uma pesquisa do instituto Venebarometro, publicada nesta quinta-feira (28).

Na noite de quarta-feira (27), Maduro voltou a afirmar que “nada do que a oposição está fazendo tem validade política, que a revolução na Venezuela vai continuar e este presidente vai continuar no cargo ao menos até 2018”.

Racionamento de energia irrita venezuelanos

Desde segunda-feira (25), os venezuelanos enfrentam racionamentos diários de energia. São quatro horas diárias sem luz, o que tem irritado cada vez mais a população do país que já sofre com o desabastecimento dos supermercados e com a inflação. Em 2015, o índice bateu os inacreditáveis 180%.

Os protestos para marcar o descontentamento da população não param de ocorrer. Em Maracaibo, a segunda cidade do país, manifestantes queimaram pneus e bloquearam ruas. "Estamos protestando porque não há comida e agora nos tiram a eletricidade para beneficiar Caracas. Como é possível ficar 12 horas em uma fila para conseguir apenas um pacote de farinha?", denunciou a professora Ana Pirella, de 56 anos.

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