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Para republicanos, teste atômico da Coreia do Norte evidencia fracasso de Obama

Os republicanos aproveitaram o anúncio da Coreia do Norte de um teste bem-sucedido com uma bomba de hidrogênio para denunciar o que consideram uma "debilidade" da política de não-proliferação de armas nucleares promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Para o senador Marco Rubio, um dos republicanos na corrida para assumir a pré-candidatura do partido para ocupar a Casa Branca em 2017 ,o teste é um sintoma de que "nossos inimigos ao redor do mundo estão se aproveitando da fraqueza do presidente Obama".

Sur cette photo relayée par l'agence de presse nord-coréenne, le dirigeant nord-coréen Kim Jong-un passe en revue ses troupes, à Pyongyang, le 1er juillet 2014.
Sur cette photo relayée par l'agence de presse nord-coréenne, le dirigeant nord-coréen Kim Jong-un passe en revue ses troupes, à Pyongyang, le 1er juillet 2014. Reuters/路透社
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O presidente do Comitê de Assuntos Externos da Câmara de Representantes, Ed Royce, chamou de "fracasso espetacular" a estratégia internacional de Obama, que ganhou um nobel da Paz por sua promessa de trabalhar na construção de um mundo "livre de armas nucleares". Royce defendeu "mais pressão para responder às ameaças norte-coreanas" e atacou o acordo nuclear selado com o Irã. Este texto, resultado de anos de duras negociações, foi aclamado como um grande avanço na luta contra a proliferação nuclear, mas ainda precisa ser colocado em andamento sob inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O acordo foi assinado entre a República Islâmica e grandes potências internacionais em Viena, em 14 de julho de 2015, e visa garantir que Teerã não utilize seu programa nuclear com fins bélicos. Mas, para o congressista, ele não foi mais do que um presente para os iranianos: "num momento em que o Irã se prepara para receber milhões de dólares graças à flexibilização das sanções, a Coreia do Norte tenta dar um golpe que permita intimidar da mesma forma o governo Obama".

O discurso do congressista retoma a velha prática republicana de colocar no mesmo saco a república islâmica xiita e o regime comunista, como fez o presidente republicano George W. Bush (2001-2009), quando disse que os dois países faziam parte do "eixo do mal". O secretário de Estado, John Kerry, respondeu que os Estados Unidos "não aceitam e não aceitarão que a Coreia do Norte tenha armas nucleares", enquanto o Conselho de Segurança da ONU ameaçou fortalecer as sanções contra Pyongyang.

O que fazer com a Coreia do Norte?

Os três testes nucleares norte-coreanos anteriores - em outubro de 2006, maio de 2009 e fevereiro de 2013 - tiveram como resposta medidas punitivas cada vez mais fortes por parte da ONU, Estados Unidos e União Europeia. Mas as sanções nunca visaram mais do que entidades financeiras ou empresas vinculadas às atividades nucleares e balísticas da Coreia do Norte, o que é considerado insuficiente por alguns especialistas.

"O governo de Obama não aplicou plenamente a legislação americana (sobre as sanções) e puniu menos organizações da Coreia do Norte que de países dos Bálcãs, Mianmar, Cuba, Irã ou Zimbábue", disse Bruce Klingner, analista do centro conservador Heritage Foundation. O assessor do ex-presidente Ronald Reagan (1981-1989), Doug Bandow, denunciou o que chama de "fracasso dos Estados Unidos em colocar um cordão preventivo em torno da Coreia do Norte".

Em um artigo publicado pelo Instituto Cato, Bandow defende uma "política de compromisso (diplomático), e não da desnuclearização" com Pyongyang. Mas o processo diplomático estancou após seis rodadas de negociações nas quais participaram os governos das duas Coreias, China, Japão, Rússia e Estados Unidos - a última aconteceu em 2008. O departamento de Estado afirmou que a Coreia do Norte "não mostrou interesse em retornar" à mesa de diálogo.

Apesar de ter questionado a veracidade do teste com a bomba H, Washington deve tentar tranquilizar os aliados japoneses e sul-coreanos. De acordo com Victor Cha, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, os Estados Unidos devem organizar, o mais rápido possível, reuniões trilaterais e fortalecer a cooperação em defesa e inteligência.

Com informações da AFP

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