Farc e Colômbia anunciam medidas para desacelerar conflito
O governo colombiano e as Farc concluٕíram no domingo (12), em Cuba, um acordo para uma desescalada do conflito armado. O objetivo é chegar a um cessar fogo bilateral pela primeira vez desde a abertura das negociações entre as duas partes, no final de 2012.
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Dois diplomatas, um norueguês e um cubano, que acompanham as dicussões, anunciaram que a partir do dia 20 de julho, o governo da Colômbia vai começar um processo para diminuir ações militares. Essa é uma resposta à suspensão das operações das Farc, anunciada na última quarta-feira, e por um prazo de 30 dias.
Essa nova etapa do processo de paz prevê pela primeira vez um cessar-fogo do exército, uma opção até então rejeitada pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos. As duas partes concordaram em fazer uma avaliação da situação daqui a quatro meses. Cuba e Noruega são avalistas do processo de paz iniciado em 2012, no qual Chile e Venezuela são acompanhantes.
"Vamos estar vigilantes sobre o que foi acordado hoje e a situação daqui a quatro meses. A partir de agora, dependendo se as Farc cumprirem as promessas, tomarei a decisão de continuamos com o processo ou não", afirmou Santos. Um porta-voz das Farc falou à AFP que o grupo rebelde resolverá dentro de um mês se prorroga a trégua unilateral de 30 dias.
220.000 mortos
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) mantiveram durante cinco meses uma trégua unilateral, período em que as ações armadas diminuíram drasticamente, mas o cessar-fogo foi suspenso em maio após uma série de ataques das forças militares.
O governo e as Farc se acusam mutuamente de ter começado a escalada de um conflito armado que é o último da América e que deixou em meio século 220.000 mortos e seis milhões de deslocados.
A nova trégua das Farc foi recebida com alívio pela comunidade internacional, que temia que a intensificação das hostilidades levasse ao colapso do processo de paz.
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