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Greve/Argentina

Greve geral na Argentina protesta contra a política econômica de Cristina Kirchner

Começou à meia-noite desta quinta-feira (28) uma nova greve geral contra o governo da presidente argentina Cristina Kirchner. Esta é a segunda greve geral no ano convocada pelas duas centrais sindicais do país: a Confederação Geral do Trabalho (CGT) e a Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA). Também aderiram ao movimento a Federação Agrária Argentina e a Federação Universitária Argentina. Entre as principais reivindicações dos líderes sindicais estão o aumento da faixa de isenção salarial para o Imposto de Renda, das aposentadorias e reajustes salariais.

Paralisação protesta contra o governo da presidente argentina Cristina Kirchner.
Paralisação protesta contra o governo da presidente argentina Cristina Kirchner. REUTERS/Enrique Marcarian
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

A paralisação é contra a política econômica do governo que gera um inflação galopante de 40% ao ano, combinada a uma recessão que destrói postos de trabalho. Os trabalhadores argentinos convivem com reajustes abaixo da inflação e com o fantasma crescente do desemprego.

A greve deve ter forte adesão em bancos, na administração pública, no setor rural e nos meios de transportes como trens e aviões comerciais, tanto de voos domésticos como internacionais. Bares e restaurantes também devem ficar fechados já que o sindicato dos gastronômicos é um dos que lideram a greve.

Ônibus circulam

No entanto, o metrô de Buenos Aires vai funcionar parcialmente e o setor decisivo para o sucesso de uma greve, o dos ônibus urbanos, anunciou que não vai aderir. Apesar disso, os grevistas garantem que os motoristas de ônibus não vão acatar a decisão da cúpula sindical e vão cruzar os braços voluntariamente.

Mesmo que os ônibus queiram circular, haverá dezenas de bloqueios em avenidas e pontos de acesso a Buenos Aires. O governo preparou uma operação para evitar a operação e pode haver algum enfrentamento com os grevistas.

O líder da Confederação Geral dos Trabalhadores e do sindicato dos caminhoneiros, Hugo Moyano, garantiu que a participação à greve será alta. "Acreditamos que esta será uma paralisação com muita adesão porque há um desejo muito grande de participar e de mostrar às autoridades que as pessoas estão esgotadas, cansadas e esperando uma resposta", declarou.

Situação agravada devido ao calote

O protesto acontece em meio à moratória da dívida com credores de fundos especulativos, a uma nova escalada do dólar perante o peso argentino, ao aumento da inflação e à perda de reservas do Banco Central.

O governo acusou os sindicalistas de estarem ao serviço dos fundos especulativos, os chamados "fundos abutres", que ganharam nos tribunais norte-americanos o direito de receberem integralmente pelos títulos públicos em moratória desde 2001. São credores que não aceitaram as reestruturações da dívida de 2005 e de 2010. Ao não acatar a sentença, a Argentina inaugurou o primeiro default por impasse jurídico da história.

"Quis dizer que (os sindicalistas) são funcionais aos fundos abutres", remendou Jorge Capitanich, chefe do Gabinete de ministros, logo depois de acusar o sindicalismo opositor de ser "financiado pelos fundos abutre".

"Os partidos políticos, os sindicatos e alguns meios de comunicação são financiados pelos fundos abutres. Defendem os interesses estrangeiros dos fundos abutres", acusou Capitanich.

'É falsa essa consigna. Estamos diante de uma política de ajuste e somos vítimas desse processo inflacionário", rebateu Eduardo Buzzi, líder da Federação Agrária Argentina.

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