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Venezuela/economia

Venezuela começa a testar sistema de racionamento

Começou a ser testado ontem em Maracaibo, na região noroeste da Venezuela, um sistema automatizado que visa limitar a compra de determinados artigos da cesta básica em um mesmo dia para evitar contrabando de alimentos, explicou um integrante do governo. A medida tem suscitado críticas e é comparada ao cartão de racionamento utilizado em Cuba. Está previsto que o sistema entre em vigor em Zulia na próxima segunda-feira.

Senhoras durante compras em um supermercado em Caracas.
Senhoras durante compras em um supermercado em Caracas. REUTERS/Jorge Silva
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Elianah Jorge, correspondente da RFI na Venezuela

O controle será feito à partir da matriz na qual está registrado o número de identidade do comprador, que deverá ser informado durante a pagamento da compra. Caso o consumidor já tenha adquirido a quantia diária permitida, ele deverá aguardar o prazo definido para poder adquirir outros produtos similares.

Este é mais um reflexo do desabastecimento que a Venezuela enfrenta. Há semanas, certos artigos simplesmente desapareceram dos supermercados. Alguns deles, tabelados, são difíceis de encontrar. Já outros não são produzidos no país e dependem das remessas do estrangeiro para dar conta da demanda interna. Para conseguir comprar os produtos que estão em falta, as pessoas começam a fazer filas desde o início da manhã e não é raro surgir uma disputa entre os consumidores. Estas brigas se tornaram comuns em Maracaibo, a capital do estado Zulia.

Francisco Arias Cárdenas, que é governador de Zulia, rejeitou as críticas ao sistema automatizado de compra de artigos da cesta básica. Cárdenas afirmou que apesar da rejeição ao sistema “os cidadãos estão dispostos a correr todos os riscos para derrotar o flagelo do contrabando de alimentos”. Cárdenas respondeu à comparação do sistema automatizado com os cartões de racionamento utilizados em Cuba informando que “não é um racionamento como afirma a oposição, mas que visa garantir que os cidadãos tenham o que precisam”.

A princípio o sistema irá funcionar em 65 mercados e a restrição abrange 20 produtos, entre eles papel higiênico, leite, óleo vegetal, farinha de milho (muito usada para o preparo do prato nacional, a arepa), açúcar, café e pasta de dente.

 

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