Chile: fortes chuvas provocam morte de duas pessoas e deixam milhares de desabrigados
Milhares de pessoas tiveram de deixar suas casas no domingo (25) devido à inundação do rio Maule, que transbordou após fortes chuvas que atingiram o sul do Chile. Pelo menos duas pessoas morreram, seis estão desaparecidas e milhares ficaram desabrigadas.
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A pior chuva dos últimos 30 anos, segundo as autoridades, provocou o transbordamento dos dois principais rios de Santiago, o Mapocho e o Maipo, para depois se deslocar para o sul e provocar inundações em vários povoados.
No último balanço oficial da noite de domingo (25), a ministra do Interior, Carolina Tohá, confirmou até o momento duas mortes devido às chuvas, seis desaparecidos, 9.814 pessoas isoladas, 2.054 em abrigos e 4.077 desalojadas.
A situação mais preocupante no momento da reportagem era o aumento da vazão do rio Maule, que dobrou nas últimas horas.
Devido à subida do nível desse rio, foi ordenada a retirada de 1.800 pessoas que vivem perto de suas margens, na cidade de Constitución, cerca de 400 quilômetros ao sul de Santiago.
A frente que provocou as últimas chuvas "estava deslocando-se em direção ao sul, mas foi constatado um novo sistema frontal, menos intenso que o anterior", disse Tohá após chefiar uma última comissão de emergência.
Imagens aéreas transmitidas pela televisão local mostraram grandes inundações em cidades como Coltauco, na região de O'Higgins, e Licantén, na vizinha região de El Maule.
A enchente do rio Cachapoal inundou 80% de Coltauco, enquanto Licantén teve quase todas as suas edificações inundadas, inclusive um hospital, após a enchente do rio Mataquito.
Rodovias interrompidas
Os rios que saem de suas margens causaram interrupções em algumas das principais rodovias, como a que liga o país de norte a sul, e a que vai de Santiago à cidade e porto de Valparaíso, no Pacífico. Além disso, as pontes ferroviárias foram danificadas pela força dos rios.
Algumas regiões afetadas pelas enchentes foram atingidas durante o verão (do hemisfério sul) por grandes incêndios florestais que destruíram 439 mil hectares e deixaram 26 mortos.
As fortes chuvas, que começaram na quinta-feira, se concentraram em poucas horas, principalmente na cordilheira e no sopé dos Andes, onde costuma nevar. Isso causou forte erosão das colinas e um rápido aumento no fluxo dos rios.
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