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Mais um morto em protestos no Peru; governo fecha entrada de Machu Picchu por tempo indeterminado

Um manifestante morreu neste sábado (21) após ter sido ferido na véspera durante confrontos com policiais em Ilave, no sul do Peru. As manifestações contra o governo não dão trégua no país e as autoridades locais decidiram, por motivos de segurança, fechar a entrada de Machu Picchu, onde pelo menos 400 turistas ficaram ilhados.

Manifestantes tomam as ruas de várias cidades do Peru desde o início de dezembro (imagem da noite de sexta-feira, 20 de janeiro).
Manifestantes tomam as ruas de várias cidades do Peru desde o início de dezembro (imagem da noite de sexta-feira, 20 de janeiro). AP - Guadalupe Pardo
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Com a morte registrada neste sábado, sobe para 46 o número de vítimas fatais desde o início dos protestos, em 7 de dezembro. As manifestações começaram após a destituição e detenção do presidente de esquerda e de origem indígena Pedro Castillo. Ele foi acusado de tentar um golpe de Estado, ao querer dissolver o Congresso, controlado pela direita, que estava a ponto de destituí-lo do poder por suspeita de corrupção.

No último domingo, o governo peruano estendeu por 30 dias o estado de emergência em Lima, Cusco, Callao e Puno, na tentativa de interromper os protestos. Na quinta-feira, as regiões Amazonas e La Libertad, ambas no norte, e Tacna, esta última na fronteira com o Chile, foram incluídas em estado de emergência. Com isso, quase um terço do país, que conta com 25 regiões, é afetado por esse regime até meados de fevereiro.

Com a medida, os militares ficam autorizados a intervir junto com a polícia em nome da ordem pública. Mas isso não resultou em uma desaceleração dos confrontos.

Prédio em chamas no centro de Lima, na quinta-feira (19), durante protestos contra o governo.
Prédio em chamas no centro de Lima, na quinta-feira (19), durante protestos contra o governo. AP - Martin Mejia

A repressão policial aos protestos de sexta-feira em Ilave desencadeou a revolta da população que incendiou a delegacia de polícia no amanhecer deste sábado, segundo imagens televisivas. Os confrontos entre os moradores aimaras e as forças de segurança dessa cidade também deixaram dez feridos, de acordo com fontes hospitalares. Imagens que se tornaram virais nas redes sociais mostram policiais atirando contra manifestantes na praça principal de Ilave, uma pequena cidade a 3.800 metros de altitude perto do lago Titicaca, na fronteira com a Bolívia.

Turistas ilhados

Por medidas de segurança, as autoridades decidiram fechar a rede de trilhas que dão acesso à cidadela de Machu Picchu. Segundo informou o Ministério da Cultura, a decisão foi tomada “para salvaguardar a integridade dos visitantes", e ficará em vigor "até novo aviso".

O governo de Boluarte tomou esta decisão depois que o serviço ferroviário da cidade de Cusco a Machu Picchu foi suspenso em decorrência dos danos à ferrovia. Os trilhos da via foram removidos de seu lugar na sexta-feira, de acordo com a concessionária Ferrocarril Trasandino. Os estragos teriam sido causados por manifestantes.

Pelo menos 400 turistas estão ilhados em Aguas Calientes/MachuPicchu, a cidade no sopé da montanha da cidade de pedra inca. A ferrovia é o único meio de transporte para a cidadela, já que não existe via de trânsito de veículos que a conecte com Cusco, localizada a 110 quilômetros de distância.

O turismo é a principal fonte de receita da região de Cusco, berço do império inca, onde a cidadela inca construída no século XV se ergue no topo de uma montanha arborizada.

(Com informações da AFP)

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