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Steve Bannon, ex-assessor de Trump, é condenado por se negar a depor sobre ataque ao Capitólio

O ex-assessor de Donald Trump na Casa Branca, Steve Bannon, foi condenado nesta sexta-feira(21) a quatro meses de prisão por desacato ao Congresso americano, ao se negar a testemunhar em uma investigação sobre o ataque ao Capitólio por apoiadores do ex-presidente republicano, em 6 de janeiro de 2021.

Steve Bannon fala com jornalistas diante do tribunal, em Washington.
Steve Bannon fala com jornalistas diante do tribunal, em Washington. AP - Jose Luis Magana
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A sentença, que inclui uma multa de US$ 6.500, será suspensa se Bannon, figura emblemática da ultradireita global, recorrer da decisão dentro do prazo de 14 dias, afirmou o juiz Carl Nichols no tribunal federal de Washington. 

A sentença está relacionada ao seu processo, em julho. Na ocasião, o ex-conselheiro de Trump não deu declarações. Os jurados o consideraram culpado menos de três horas após o início das deliberações. Apesar disso, ele nunca forneceu nenhum documento ou prestou depoimento.

Na sua chegada ao tribunal nesta sexta, Bannon foi recebido por manifestantes aos gritos de "traidor" e "fascista". Ele respondeu dizendo que o "regime ilegítimo", em referência ao governo de Joe Biden, será "julgado no dia 8 de novembro", data das eleições legislativas, que podem fazer com que os democratas percam a maioria no Congresso.

Ex-diretor do site de direita radical Breitbart, ele é considerado um dos articuladores da vitória de Donald Trump, em 2016, e se tornou um dos conselheiros mais influentes do presidente. No entanto, foi afastado da Casa Branca após os violentos tumultos provocados pela ultradireita em Charlottesville, na Virgínia. Os incidentes deixaram três mortos e 35 feridos.

O ex-presidente, entretanto, continuou mantendo contatos frequentes com Bannon, inclusive em 5 de janeiro de 2021, véspera do ataque contra a sede do Congresso. Nesta conversa, ele fez alusão ao que seria a invasão do Capitólio, no dia seguinte, em Washington.

Conversas secretas

Para esclarecer o conteúdo do diálogo, a comissão parlamentar encarregada de avaliar o papel de Donald Trump na invasão convocou Bannon para testemunhar e entregar provas, mas ele se recusou, alegando o direito do presidente de não revelar "conversas secretas."

Bannon também enfrenta um inquérito por fraude, impetrado pela Justiça de Nova York, na obtenção de financiamento para construir um muro entre os Estados Unidos e o México. O projeto, uma das promessas de campanha de Trump, causou grande polêmica e visava impedir a entrada de imigrantes do país no território americano.

Cena captada pelas câmeras do Capitólio, exibida pela comissão especial da Câmara de Representantes mostra momento em que os manifestantes invadem o local
Cena captada pelas câmeras do Capitólio, exibida pela comissão especial da Câmara de Representantes mostra momento em que os manifestantes invadem o local AP

O ex-presidente também é alvo de diversas investigações e a comissão parlamentar que analisa a invasão ao Capitólio deve solicitar que ele compareça no Congresso para depor. Seus membros, sete democratas e dois republicanos, devem publicar um relatório até o final do ano, preconizando o indiciamento do ex-chefe de Estado. A decisão final caberá ao ministro da Justiça Merrick Garland, que não exclui essa hipótese. Trump deve ser convocado em novembro, após as eleições de meio mandato, dia 8, por volta do dia 14.

(Com informações da AFP)

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