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Vazamento de mais de 6 mil barris de petróleo contamina Amazônia equatoriana

O rompimento de um óleoduto em plena Amazônia equatoriana provocou o vazamento de 6.300 barris de petróleo que contaminaram parte de uma reserva ambiental e as águas do rio que abastecem comunidades indígenas na região. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (2). O governo do Equador, até o momento, não divulgou quantas pessoas foram afetadas pela contaminação das águas. Este é o segundo desastre ambiental na região em menos de dois anos.

Petróleo jorra de duto que se rompeu no meio da Amazônia equatoriana, na região da serra da Piedra Fina. Mais de 6 mil barris de petróleo foram derramados neste desastre ambiental.
Petróleo jorra de duto que se rompeu no meio da Amazônia equatoriana, na região da serra da Piedra Fina. Mais de 6 mil barris de petróleo foram derramados neste desastre ambiental. via REUTERS - NICOLAS MAINVILLE/AMAZON FRONTLI
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O desastre aconteceu no Parque Nacional Cayambe-Coca na última sexta-feira (28). Um duto da empresa privada OCP Ecuador se rompeu após o deslizamento de pedras, e milhares de litros de petróleo começaram a jorrar nesta reserva natural que abriga uma grande variedade de fauna e que tem grande importância para o abastecimento hídrico da região.

Seis dias após o vazamento, a empresa afirmou que mais de 80% do petróleo bruto derramado foi recuperado. "5.300 barris de petróleo bruto já foram coletados e reinjetados no sistema", afirmou a empresa em um comunicado.

O incidente aconteceu na região da serra Piedra Fina, a 80 km de Quito e na fronteira entre as províncias amazônicas de Napo e Sucumbíos.

Óleo contaminou água

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, dois hectares da reserva natural foram afetados pelo derramamento de óleo, que também atingiu o rio Coca, um dos principais da Amazônia e que abastece as aldeias indígenas.

Até o momento nem o governo do Equador nem a empresa anunciaram qual é o número de pessoas afetadas pelo desastre. O Ministério do Meio Ambiente apenas afirmou que o vazamento era um evento de “magnitude”.

A OCP Ecuador, empresa responsável pelo oleoduto, afirma ter começado a “fornecer água potável" a várias comunidades da zona afetada, como Toyuca, Sardinas e Guayusa, e se comprometeu a levar comida e cuidados médicos para os habitantes da região.

Danos à população local

Em pequenas fazendas próximas ao óleoduto, como a de Benjamin Landazuri, as conseqüências da poluição são visíveis.

"Um riacho corre perto de minha casa e há uma fonte da qual tiramos água para nosso consumo", diz Landazuri. "Já vimos algumas galinhas morrerem por beber do riacho", lamenta ele.

Quando voltou para casa, Landazuri conta que sentiu um "cheiro muito forte de óleo" que lhe deu dor de cabeça. Em seguida, ele viu as barreiras de contenção boaindo sobre o riacho.

"Temos tanques de tilápia aqui, amostras de água foram coletadas para ver se há alguma contaminação", disse Landaruzi. "Se houver, a OCP terá que nos compensar", exige o agricultor.

Técnicos que trabalhavam para reduzir os estragos e a extensão do vazamento afirmam que a "contaminação é de longo prazo".

Segunda vez em menos de dois anos

Esta é a segunda vez que um derramamento de óleo acontece em dutos da OCP na região. Em maio de 2020, o vazamento de cerca de 15 mil barris de petróleo atingiu três rios amazônicos e afetou as populações ribeirinhas.

A ativista ambiental Greta Thunberg protestou em suas redes sociais sobre o desastre, dando mais visibilidade para vídeos que mostram o petróleo que contamina a mata e as águas amazônicas.

“Para os 27.000 Kichwa indígenas que vivem na jusante do rio, este é um grave pesadelo. Este vazamento poderia ter sido evitado, e este oleoduto em meio aos frágeis ecossistemas amazônicos nunca deveria ter existido, pois estamos bem cientes das ameaças que estes oleodutos constituem”, escreveu a jovem.

“É hora de os governos tomarem medidas reais contra a crise climática e os desastres ambientais. Os slogans verdes não nos salvarão e não seremos enganados”, completou.

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