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Ex-senador suspeito de envolvimento no assassinato de presidente do Haiti é detido na Jamaica

O ex-senador haitiano John Joel Joseph, procurado pelas autoridades do Haiti na investigação do assassinato do presidente Jovenel Moise em julho do ano passado, foi preso na Jamaica, informou neste sábado (15) uma fonte da polícia local. Sem revelar detalhes da operação, a mesma fonte afirmou que as forças de segurança jamaicanas estavam atuando em coordenação com seus "parceiros internacionais" e que havia "investigações conjuntas".  

Soldados das Forças Armadas do Haiti na cerimônia de sepultamento do ex-presidente Jovenel Moïse, em 23 de julho de 2021.
Soldados das Forças Armadas do Haiti na cerimônia de sepultamento do ex-presidente Jovenel Moïse, em 23 de julho de 2021. © AFP/Valerie Baeriswyl
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O presidente haitiano Jovenel Moise foi assassinado em julho passado, mas, apesar da prisão de vários suspeitos, ainda há muitas incertezas em torno de sua morte. Cerca de 20 homens armados invadiram a residência presidencial em Porto Príncipe, em 7 de julho de 2021. Moise foi morto com vários tiros e sua esposa ficou gravemente ferida. Poucos dias depois do assassinato, foi divulgado um cartaz de busca pelo senador John Joel Joseph, descrito como um indivíduo "perigoso e armado".

No início deste mês, o ex-soldado colombiano Mario Palacios foi acusado nos Estados Unidos de fazer parte do grupo de 20 homens que invadiu a residência oficial. Mais de 40 pessoas, entre elas 15 colombianos e americanos de origem haitiana, já foram detidas em conexão com a investigação.

Na última quinta-feira (13), o Congresso dos Estados Unidos ordenou uma investigação do Departamento de Estado sobre o assassinato do ex-presidente. O Senado aprovou por unanimidade a elaboração de um relatório com uma "descrição detalhada" das circunstâncias em torno do assassinato de Moise e deu prazo de 180 dias para a apresentação do documento.

O relatório, já autorizado pela Câmara dos Deputados, também analisará se houve interferência na investigação oficial e se algum dos responsáveis pelo crime trabalhou em algum momento para o governo norte-americano.

No início deste mês, promotores americanos acusaram o ex-soldado Palacios de conspirar para sequestrar ou matar Moise em uma operação que resultou na morte de três mercenários colombianos e na prisão de outros.

Até hoje, permanecem dúvidas sobre o motivo do assassinato de Moise, que havia prorrogado seu mandato no país caribenho em meio a grande polêmica. Para a oposição, seu governo havia terminado em fevereiro.

De acordo com a polícia colombiana, os detidos disseram que planejavam sequestrar Moise e entregá-lo à Agência Antidrogas dos Estados Unidos.

O primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, declarou recentemente que deseja que "a justiça triunfe pelo infame assassinato" de Moise.

Instabilidade após terremoto

A lei aprovada pelo Congresso americano também exige que o Departamento de Estado analise a questão dos direitos humanos e o uso de ajuda enviada para lidar com a destruição do terremoto que devastou o Haiti em 2010.

"Estamos muito preocupados que um governo haitiano tão instável quanto corrupto permita ou encoraje mais abusos dos direitos humanos", disse o senador democrata Ben Cardin, um dos apoiadores do projeto, em comunicado nesta sexta-feira.

Os Estados Unidos "devem agir com urgência para ajudar nossos vizinhos haitianos", acrescentou, observando que o Unicef informou que 1,6 milhão de pessoas no Haiti, incluindo 800.000 crianças, precisam urgentemente de assistência humanitária.

Os regulamentos também exigem uma investigação e pressão para responsabilização pelo massacre no bairro de La Saline, em Porto Príncipe, em 2018, no qual dezenas de pessoas morreram.

Sem um parlamento em funcionamento há dois anos e com um judiciário paralisado, o Haiti, o país mais pobre do Caribe, está afundando em uma crise de governabilidade.

O crescente controle das quadrilhas sobre o território nacional dificulta as esperanças de melhoria das condições de vida da população, vítima de sequestros cometidos diariamente por gangues armadas.

Com informações da AFP

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