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Cruz Vermelha pede ajuda financeira para deslocados de Moçambique perseguidos por jihadistas

O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Peter Maurer, exortou no domingo (14) a comunidade internacional a fornecer mais assistência financeira a Moçambique. A região norte do país atravessa uma crise humanitária gerada por uma ofensiva jihadista que já deixou mais de 565.000 deslocados em três anos, segundo dados da ONU.

Mulheres caminham em acampamento de refugiados instalado na localidade de Metuge, na região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
Mulheres caminham em acampamento de refugiados instalado na localidade de Metuge, na região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Alfredo Zuniga AFP
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A comunidade internacional deve "avaliar seriamente de que maneira poderia ajudar Moçambique de forma mais generosa em virtude da situação atual", disse o presidente do CICV após uma visita de dois dias a Pemba, capital da província do Cabo Delgado (nordeste), onde milhares de deslocados se refugiaram para escapar da onda de violência. 

Esta província predominantemente muçulmana, pobre, mas de importância estratégica por causa de suas reservas de gás natural, enfrenta há três anos uma sangrenta rebelião islâmica liderada por grupos armados que juraram lealdade à organização terrorista Estado Islâmico. Na região, os extremistas são conhecidos como os "Al-Shabab", expressão árabe que em português quer dizer "Os jovens". Os rebeldes têm decapitado moradores das aldeias e sequestrado mulheres jovens. Eles também atacam quartéis e delegacias de polícia para obter armas e munições.

Esse conflito já deixou 565.000 deslocados e 2.500 mortos, mais da metade deles civis, de acordo com a ONG Acled e as Nações Unidas. 

“É óbvio que existem demandas muito importantes que devem ser respondidas", disse o presidente do CICV, conclamando as autoridades a encontrar uma “solução duradoura para as centenas de milhares de deslocados que vivem em campos temporários ou casas de família”. “Tenho visto a solidariedade, o acolhimento, a compreensão demonstrada pelas comunidades locais e fiquei muito impressionado”, relatou Maurer.

Religioso brasileiro tem atuação corajosa na região

O bispo brasileiro Dom Luiz Fernando Lisboa é uma das poucas pessoas que tiveram coragem de relatar à imprensa internacional o que tem acontecido em Cabo Delgado. Nascido em Valença, interior do Rio de Janeiro, ele vive há 19 anos em Moçambique e contou a brutalidade do conflito em entrevista à RFI.

Nas últimas semanas, os ataques mortais diminuíram consideravelmente, e a "calmaria" é atribuída à intensificação da resposta militar. O presidente do CICV estima, no entanto, que ainda é "muito cedo" para considerar o retorno dos deslocados às suas casas.

Maurer deverá se reunir nesta segunda-feira (15) em Maputo com o presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

Com informações da AFP

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