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Bolívia/eleições

Bolívia: Evo Morales aceita organizar novas eleições presidenciais após recomendação da OEA

O presidente Evo Morales aceitou organizar novas eleições no país, depois que a OEA (Organização dos Estados Americanos) divulgou um relatório preliminar neste domingo (10) que apontam irregularidades no pleito de outubro.

Manifestantes protestam contra Evo Morales em La Paz, na Bolívia, em nove de novembro de 2019
Manifestantes protestam contra Evo Morales em La Paz, na Bolívia, em nove de novembro de 2019 ®REUTERS/Kai Pfaffenbach
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De acordo com o documento publicado pela organização, “é pouco provável”, que o presidente Evo Morales tenha obtido, já no primeiro turno, o número de votos necessários para sua reeleição no pleito ocorrido em 20 de outubro. Para chegar a essa conclusão, o relatório baseou-se em uma auditoria feita após as eleições. Os dados disponíveis, ressalta a OEA, não permitiu a validação dos resultados.

"As manipulações do sistema de informática são de um nível tão alto que necessitam de uma investigação mais aprofundada por parte do Estado boliviano, que deve determinar responsabilidades nesse caso grave”, ressaltaram os autores do relatório em um comunicado. "O primeiro turno da eleição deve ser cancelado e o processo eleitoral deve recomeçar. Ele só deve ocorrer quando as condições estiverem reunidas e o governo apresentar novas garantias, com a implantação de uma nova instância eleitoral."  O chefe de Estado boliviano anunciou neste domingo a criação de uma comissão eleitoral.

Oposição pede renúncia de Morales

Em meio à polêmica sobre a validada do resultado eleitoral, o opositor Carlos Mesa pediu o afastamento do presidente socialista. Morales deve renunciar "se lhe sobra um pouco de patriotismo", disse o candidato derrotado no pleito de outubro.

A Bolívia é palco de manifestações há semanas, desde que o Supremo Tribunal Eleitoral interrompeu a publicação dos resultados parciais, na noite das eleições. A realização de um segundo turno entre Morales e Carlos Mesa, seu adversário mais próximo, parecia provável, mas o presidente boliviano rapidamente reivindicou a vitória, dizendo-se, ao mesmo tempo, “aberto a um segundo turno” se fosse o caso.

Morales, eleito para seu quarto mandato, acabou sendo declarado vencedor e o governo aceitou a contragosto, sob pressão popular, que a OEA apurasse o resultado das eleições. Neste sábado (9), ele fez um apelo pela abertura de um diálogo no país, mas a proposta foi rejeitada pela oposição.

Rebelião de policiais se espalha pelo país

Os incidentes, que se multiplicaram nos últimos dias, continuaram à noite na Bolívia. Durante à noite, tumultos foram registrados em El Alto, cidade perto de La Paz e considerada como um reduto eleitoral de Morales. Manifestantes também bloquearam um pedágio na estrada que liga as duas cidades. As instalações de um canal privado de TV, Unitel, também foram destruídas.

Os policiais também continuaram a rebelião que começou na sexta (8) em Cochabamba e se alastrou em Sucre, no sul, Santa Cruz, no leste do país e demais regiões do país. Apenas La Paz e Pando, na fronteira com Brasil e Peru, foram poupadas, de acordo com informações da imprensa local.

O presidente respondeu denunciando um golpe de Estado "em andamento". "Nossa democracia está em risco pelo golpe de Estado colocado andamento por grupos violentos que atentam contra a ordem constitucional", tuitou Morales na sexta à noite. Paralelamente, neste sábado, Morales também denunciou um incêndio criminal na casa de sua irmã em Oruro, no sul, por um grupo “irregular” de manifestantes que, segundo ele, querem derrubá-lo do poder.

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