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Irã/ Estados Unidos

“EUA tentam levar o Irã a cometer um erro”, diz especialista francês

O Irã acusou nesta terça-feira (25) os Estados Unidos de romper de maneira "permanente" os poucos canais diplomáticos que ainda existiam ainda entre os dois países após o anúncio de novas sanções. Desta vez, os americanos visam diretamente o guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei, assim como outros altos dirigentes iranianos.

O presidente dos EUA, Donald Trump, exibe ordem executiva impondo novas sanções ao Irã na Sala Oval da Casa Branca em Washington, EUA, 24 de junho de 2019.
O presidente dos EUA, Donald Trump, exibe ordem executiva impondo novas sanções ao Irã na Sala Oval da Casa Branca em Washington, EUA, 24 de junho de 2019. REUTERS/Carlos Barria
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O pesquisador Benjamin Hautecouverture, da Fundação de Pesquisa Estratégica, entrevistado pela RFI, acredita que a reação do Irã mostra que o país “não cede ao diálogo da força e à escalada da tensão” impostos pelos Estados Unidos.

Benjamin Hautecouverture avalia que o anúncio do Irã de “rompimento definitivo dos canais diplomáticos”, é uma manobra midiática. Para ele, “as vias diplomáticas não estão fechadas, nem de um lado, nem de outro”. Mas “Teerã não cede à lógica do presidente americano e deve, como havia prometido, ultrapassar nos próximos dias o limite autorizado pelo acordo nuclear de enriquecimento de urânio”, aponta o pesquisador.

Segundo Hautecouverture, as novas sanções são “essencialmente simbólicas e políticas” na relação de força entre os dois governos. “Os Estados Unidos também indicam que não vão ceder em nada. É uma maneira de acuar os iranianos e de levá-los a cometer um erro”. Se isto acontecer, “seria a desculpa para o presidente Trump, em campanha por um segundo mandato, optar por um ataque americano que seria, então, considerado legítimo por seu eleitorado”, avalia o especialista francês.

Novas sanções

A nova série de sanções contra a República Islâmica, decidida na segunda-feira por Washington, tem como alvos, além do guia supremo Ali Khamenei, oito generais dos Guardiães da Revolução, o exército ideológico iraniano.
A lista inclui o chanceler Mohammad Javad Zarif, que tem visão apaziguadora com o Ocidente, mas é mal visto pelos ultraconservadores iranianos.
Segundo o secretário do Tesouro Steve Mnuchin, o decreto americano congela bilhões de dólares em ativos do guia supremo e seus colaboradores.

Para o presidente do Irã, Hassan Rohani, ao sancionar o ministro das Relações Exteriores, os Estados Unidos estão mentindo sobre as ofertas de negociação. A declaração de Rohani veio após os comentários americanos de que estão abertos a negociações.

Tensão diplomática

Teerã e Washington romperam as relações diplomáticas em 1980, mas estão às voltas com uma nova queda de braço que ameaça a estabilidade estratégica região do Golfo Pérsico. A tensão aumentou na semana passada, depois que um drone americano foi derrubado por forças iranianas no estreito de Ormuz.

Donald Trump acusa o Irã de querer se dotar de armas nucleares e de ser um "padrinho" do terrorismo. O objetivo dos Estados Unidos é forçar a República Islâmica a renegociar o acordo sobre o programa nuclear iraniano.

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