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Argentinos com "conduta inapropriada" durante a Copa América no Brasil serão deportados

Decisão faz parte do acordo de compartilhamento de informações que Brasil e Argentina assinaram nesta sexta-feira (31) à margem da reunião de ministros da Justiça e da Segurança do Mercosul. Argentina entregou uma base de dados com cinco mil torcedores violentos e vai ajudar o Brasil a impedir que entrem no país e nos estádios.

Torcedores argentinos serão deportados em caso de conduta inapropriada nos estádios brasileiros durante a Copa América.
Torcedores argentinos serão deportados em caso de conduta inapropriada nos estádios brasileiros durante a Copa América. REUTERS/Stefano Rellandini
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

A Argentina entregou nesta sexta-feira (31) ao Brasil uma cópia da sua base de dados com torcedores violentos, os chamados "barrabravas". O objetivo é impedir que os cinco mil integrantes dessa lista entrem no Brasil nos próximos dias durante a Copa América. Aqueles que eventualmente conseguirem cruzar a fronteira serão impedidos de entrar nos estádios, onde haverá uma segunda barreira de segurança.

Para auxiliar as autoridades brasileiras na identificação e restrição de entrada dos torcedores violentos, a Argentina vai colocar todos os seus agentes de segurança nos pontos de fronteira à disposição do Brasil, além de enviar uma equipe com agentes de segurança a cada uma das cidades onde a seleção argentina se apresentar para monitorar o comportamento dos seus cidadãos.

"A Argentina vai enviar uma equipe de seis pessoas: duas do Departamento de Futebol, duas da Polícia Federal, duas da Gendarmaria (Polícia do Exército). Além disso, todas as equipes de fronteira vão colaborar em conjunto com as autoridades brasileiras para o reconhecimento dos argentinos violentos que podem tentar cruzar a fronteira nos pontos de saída da Argentina", explicou a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich.

Deportação imediata

Para além da base de dados que a Argentina compartilha com o Brasil, todos aqueles que tiverem comportamento inadequado serão deportados imediatamente.

"Não só queremos que as pessoas que estão nas listas de restrição não possam entrar no Brasil, mas, aqueles argentinos que, durante a Copa América, tiverem condutas inadequadas, nós vamos trabalhar para serem deportados imediatamente", avisou Bullrich.

"Durante a Copa da Rússia, nós tínhamos as pessoas com restrições para entrarem nos estádios, mas durante o campeonato, tivemos muitos casos de argentinos com condutas inadequadas. Todas essas pessoas foram deportadas para a Argentina", relembra.

A equipe de segurança argentina estará nas cidades em que a Argentina jogar. Durante a primeira fase do torneio: Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.

"A equipe vai estar onde os torcedores argentinos estiverem. Só não comento sobre uma eventual final do Brasil com a Argentina porque vejo a cara que as delegações do Chile e do Paraguai estão fazendo", brincou a ministra argentina durante a coletiva ao lado do ministro Sérgio Moro, quem garantiu que o Brasil tem um plano de contingência para uma eventual final Brasil x Argentina.

"Este acordo faz parte de uma pequena parcela de decisões que estão sendo tomadas no Brasil para garantir a segurança nos estádios. Nós estamos preparados para toda espécie de contingência", assegurou o ministro brasileiro.

O ministro brasileiro Sérgio Moro e a ministra argentina de Segurança Patricia Bullrichem Buenos Aires, em 31/05/19.
O ministro brasileiro Sérgio Moro e a ministra argentina de Segurança Patricia Bullrichem Buenos Aires, em 31/05/19. Foto: Ministério de Segurança da Argentina

Ampliação a outros países

O acordo que Brasil e Argentina assinaram é o ponto de partida para ampliarem o compartilhamento de informações sobre torcedores violentos a outros países.

"Com o Chile e com o Paraguai, temos os mesmos mecanismos que agora com o Brasil", indicou a ministra Patricia Bullrich.

"O Brasil possui uma lista dos seus torcedores violentos. Quando houver eventos esportivos dentro ou fora da região, nós estamos prontos para realizar esse tipo de compartilhamento", reforçou Sérgio Moro.

"O acordo agora com foco na Argentina é porque são as duas maiores populações da América do Sul (na verdade, a população colombiana é maior) e que, infelizmente, são os dois países que mais têm tido problemas com torcidas com histórico de violência", apontou Moro. "Este acordo não é só para a Copa América e pretendemos fazer acordos com todos os países", ressaltou.

Moro assistiu à derrota do seu clube

A ministra Patricia Bullrich deu um exemplo da eficácia da base de dados ao mesmo tempo que provocou o colega brasileiro. Sérgio Moro foi convidado ao jogo entre o Athlético Paranaense, do qual é torcedor, contra o River Plate pela final da Recopa Sul-americana. O River goleou o time brasileiro por 3 a 0 na noite de quinta-feira (30) em Buenos Aires.

 

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