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Linha Direta

Aumento de tarifas americanas entra em vigor e deve acirrar guerra comercial entre EUA e China

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Estados Unidos e China voltaram nesta quinta-feira (9) à mesa de negociações para discutir questões comercias. As conversas, em Washington, acontecem em clima de tensão e um acordo ainda parece distante, após a confirmação do aumento de tarifas alfandegárias americanas. As taxas sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses subiram de 10% para 25% nesta sexta-feira (10). A alta deve acirrar a guerra comercial entre os dois países. O presidente Trump declarou ontem que considerava ainda possível chegar a um acordo, mas a China já ameaça com retaliações.

Nova rodada de negociações comerciais entre chineses e americanos para tentar evitar uma “guerra comercial”.
Nova rodada de negociações comerciais entre chineses e americanos para tentar evitar uma “guerra comercial”. REUTERS/Jason Lee/File Photo
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Nathalia Watkins, correspondente da RFI nos Estados Unidos

A delegação chinesa em Washington, que inclui o vice-primeiro-ministro, Liu He, foi recebida na quinta-feira pelo representante comercial americano, Robert Lighthizer, e pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

Ontem, o presidente Donald Trump deixou espaço para voltar atrás nas discussões. “Não faço ideia do que irá acontecer. Eles vão ver o que podem fazer, mas nossa alternativa é excelente”, disse o presidente americano. Ele acrescentou que as novas tarifas trariam “bilhões” para os Estados Unidos.

Trump disse ainda que recebeu uma “linda carta” de Xi Jinping e que pretende conversar com o líder chinês pelo telefone. Durante meses, houve expectativa de que a guerra comercial estaria próxima ao fim. Mas, desde domingo, as relações entre os dois países ficaram cada vez mais tensas.

Ameaça de retaliações

O ministério do Comércio da China divulgou um comunicado na quinta-feira, no qual afirma que lamenta se os Estados Unidos levarem adiante as novas tarifas, e promete retaliar caso isso se confirme. O governo de Pequim não deu detalhes sobre sua possível ação no caso, mas disse que tem mantido suas promessas nas negociações, ao contrário do que tem sido dito pela Casa Branca.

O vice-premiê chinês Liu He, que está nos Estados Unidos e lidera as negociações, afirmou que não cederá diante de nenhuma pressão.

Acusações americanas

Após meses de aparente boa vontade e otimismo, as autoridades norte-americanas acusaram a China de reverter pontos já acordados. No último domingo (5), o presidente Donald Trump lançou uma série de tuítes anunciando o aumento das tarifas e alertou que a medida pode incluir praticamente todos os importados chineses.

Trump reclamou da dificuldade das negociações comerciais e disse que a China tentava recuar em compromissos assumidos anteriormente. Os americanos já estão preocupados com incrementos nos preços de produtos como os eletrônicos, que dependem da importação da China. A tensão causou grande volatilidade nas bolsas de valores esta semana, tanto nas asiáticas quanto nas europeias e americanas.

Desde o ano passado, as duas potências aplicaram reciprocamente tarifas sobre US$ 360 bilhões em produtos, prejudicando a agricultura americana e os setores industriais dos dois países.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reiterou na quinta-feira que "as tensões entre os Estados Unidos e a China na esfera comercial são uma ameaça para a economia global".

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