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Montanha de Ávila vira oásis de água potável em Caracas

Na Venezuela, os cortes de energia continuam em todo o país. Tanto que o presidente Nicolás Maduro anunciou um plano de 30 dias de racionamento de eletricidade. Os venezuelanos terão que viver um mês com corrente intermitente. O problema aumenta porque sem energia, outras dificuldades surgem, especialmente a escassez de água corrente, já que as bombas não são mais abastecidas tempo suficiente para serem religadas. As reservas estão vazias e os venezuelanos procuram se abastecer de todas as formas. Em Caracas, eles recorrem à única fonte natural de água potável: a montanha de Ávila, com tem vista para a cidade. 

Venezuelanos esperam com latas para pegar água na montanha de Ávila, em Caracas.
Venezuelanos esperam com latas para pegar água na montanha de Ávila, em Caracas. Federico Parra / AFP
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Benjamin Delille, correspondente da RFI em caracas

Após três horas de espera, José Antonio pode finalmente colocar sua lata sob a fina corrente de água que cai de um cano na montanha de Ávila. "Eu venho duas vezes por semana com quatro latas de 15 litros", explica.

Ele vive em um bairro popular a cerca de dez quilômetros dali, onde a água está faltando desde o primeiro grande corte de energia, em 7 de março. "Eu não tenho água para cozinhar, não há água para me lavar, não posso fazer nada, nada. Não tenho opção."

Atrás dele, a rodovia que circunda Ávila está bloqueada por milhares de carros esperando sua vez. Segundo Soraya, moradora da região, as diferentes fontes da montanha são as últimas que fornecem água não contaminada a Caracas. "A água do Ávila é a mais pura de todas. É cristalina, vem de cima, é potável. Em suma, é uma água adequada para consumo humano. "

Não muito longe dela, Angélique fica indignada por ter que sacrificar o dia de suas três filhas para ajudá-la a carregar as latas. "Você acha normal que essas crianças com menos de 15 anos passem o dia procurando água, em vez de ficarem em casa assistindo TV, praticando esportes ou qualquer atividade extra curricular? O que vivemos é injusto.", reclama a venezuelana.

Por hora, não há sinais de que a situação possa ser normalizada em um futuro próximo.

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