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Linha Direta

Com dissidência de militares, Maduro pode estar com dias contados

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Cada vez mais acuado no cenário internacional e com dissidências no setor militar, o presidente venezuelanoNicolás Maduro se mantém firme e vem promovendo ações para demonstrar que não vai entregar o poder.

Caminhões com ajuda humanitária internacional destinados à Venezuela indo para um depósito na cidade de Cucuta, Colômbia. 07/02/19.
Caminhões com ajuda humanitária internacional destinados à Venezuela indo para um depósito na cidade de Cucuta, Colômbia. 07/02/19. ©REUTERS/Luisa Gonzalez
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A entrada da ajuda humanitária no país se tornou uma disputa entre o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, reconhecido por mais de 40 países, e o presidente Nicolás Maduro, que bloqueia a entrada dos produtos.

Para o presidente, a chegada do primeiro carregamento da ajuda humanitária a Cúcuta, cidade na fronteira entre Colômbia e Venezuela, é uma desculpa para promover uma intervenção estrangeira no país.  Juan Guaidó já disse que não descarta completamente essa hipótese. Cada vez mais confiante, sobretudo após dezenas de países apoiarem seu governo interino, ele tem incentivado o povo a se mobilizar pela entrada da ajuda humanitária.

Neste fim de semana, por exemplo, foi lançada a campanha “Dê um passo à vida”. Ela propõe aos cidadãos que se cadastrem como voluntários em uma página na internet. O objetivo é que todos possam participar ativamente das etapas da chegada da ajuda humanitária na Venezuela.

Com centenas de pessoas passando fome e outras morrendo por falta de medicamentos, a ajuda humanitária é vista como um ponto a favor de Guaidó por aqueles que se sentem abandonados pelo governo de Nicolás Maduro.

O primeiro carregamento será destinado a atender entre 250 mil e 300 mil pessoas que sofrem de desnutrição. Guaidó convocou para esta terça-feira (12), quando é celebrado o Dia da Juventude no país, uma manifestação em apoio à ajuda humanitária e em memória daqueles que foram assassinados nos protestos de 2017 e deste ano no país.

Governo promove treinamento militar

Neste fim de semana, o governo de Maduro promoveu treinamentos militares, previstos para durar até o próximo dia 15 de fevereiro. Ele convocou seus seguidores a participar do “plano integral de defesa da soberania e para defender o direito à paz”. De acordo com o presidente “estes são os exercícios militares mais importantes da história”.

O chefe de Estado deu ordens para fortalecer o Comando de Defesa Aeroespacial “para que a Venezuela tenha todo seu sistema de defesa antiaérea e antimísseis”.

Através dos exercícios, Maduro busca unir a ação militar com a de cidadãos para defender o país. Além disso, ele quer mostrar coesão nas Forças Armadas, o alicerce de seu governo, ameaçado por militares dissidentes, entre eles, o general Francisco Yánez. 

Brasil vai armazenar ajuda humanitária

Segundo Guaidó, o Brasil abrigará um dos centros de armazenamento da ajuda humanitária antes que ela entre na Venezuela. Para isso, o deputado Lester Toledo, que é o coordenador internacional do governo interino para a gestão da ajuda humanitária, se reunirá nesta segunda-feira (11) com integrantes do governo brasileiro.

Os Estados Unidos anunciaram que irão enviar militares para a fronteira do Brasil com a Venezuela para apoiar a distribuição da ajuda humanitária. No entanto, esta informação ainda não foi confirmada por Brasília.

Além do apoio internacional, quem está defendendo a entrada do carregamento de alimentos e de remédios são os índios da etnia pemón, que moram no sul da Venezuela. Eles padecem com a fome, epidemias e lutam contra o governo de Nicolás Maduro. Os pemóns integram o grupo dos que fogem da crise venezuelana indo para o Brasil.

Ansiedade e cautela

Os venezuelanos querem que a situação do país mude o mais rápido possível. Os apoiadores do governo Maduro alegam que a crise do país é induzida pelos Estados Unidos para desestabilizar o país. Já os opositores acusam Nicolás Maduro de ser responsável pelos problemas.

Além da instabilidade política social, os venezuelanos têm que lidar com a hiperinflação que a cada dia eleva os preços dos produtos. As pessoas tentam manter suas rotinas, mas é perceptível um certo grau de ansiedade e cautela. Apesar da polarização política, os venezuelanos concordam que o país ainda viverá momentos de caos antes que a crise seja controlada.

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