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Linha Direta

Ernesto Araújo discute novas prioridades diplomáticas brasileiras nos EUA

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O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, começou na terça-feira (5) uma visita de três dias a Washington, que tem como objetivo ratificar a aproximação entre Estados Unidos e Brasil. Araújo, que nunca escondeu a admiração pelo presidente Donald Trump e suas políticas anti-globalistas, vem aos Estados Unidos em meio a rumores de que há importantes discordâncias dentro do novo governo entre a ala militar e algumas das posturas adotadas pelo chanceler.

Mike Pompeo se encontrou com Ernesto de Araújo nesta quarta-feira (2)
Mike Pompeo se encontrou com Ernesto de Araújo nesta quarta-feira (2) REUTERS/Ricardo Moraes
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Nathalia Watkins, correspondente da RFI em Washington, DC

O objetivo da visita é mapear maneiras de melhorar as relações bilaterais e preparar a visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, que está prevista para março. Se depender da manifestação do assessor de segurança da Casa Branca, John Bolton, o primeiro dia do chanceler brasileiro nos Estados Unidos pode ser classificado como um sucesso.

Bolton disse que a aliança com o Brasil está mais forte do que nunca em um tuíte, ao compartilhar que os dois oficiais trataram do apoio mútuo ao presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e da logística para fornecer ajuda humanitária ao país caribenho.

Mais cedo, Araújo havia indicado que o governo de Nicolás Maduro na Venezuela está perto do fim, mas não deu mais detalhes. A Venezuela também está na pauta de reunião com Luis Almagro, Secretário Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Além disso, estão na agenda das reuniões de Araújo as relações comerciais com os Estados Unidos, já que Bolsonaro espera assinar acordos bilaterais com Trump já no mês que vem, e encontros com acadêmicos e membros do Congresso norte-americano, tanto republicanos quanto democratas.

Foco no comércio

A imprensa local pouco noticiou a chegada do brasileiro, que ficou mais conhecido por aqui depois de publicar um editorial na Bloomberg, no mês passado, no qual defende o papel do Brasil como promotor da democracia do mundo. O início da visita também coincidiu com o discurso sobre o Estado da União do presidente Donald Trump ao Congresso, que havia sido adiado pela paralisação no governo.

Mas, no Brasil, empresários estão atentos aos resultados da visita. Na terça-feira, após reunir-se secretário de Estado americano, Mike Pompeo, Araújo disse esperar que a viagem "consolide uma nova parceria" entre os dois países e que "certamente incluirá iniciativas econômicas muito fortes".

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), um acordo de livre comércio com os Estados Unidos pode aumentar as exportações brasileiras em ao menos 134 grupos de produtos, em setores como os de alimentos, químicos, automóveis, madeira, couro e calçados. Os americanos são principais compradores de produtos industrializados do Brasil.

Oriente Médio

Espera-se que o tema da transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém seja tratado numa reunião com o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu, que também está de passage pela capital americana.

Na semana passada, o governo turco havia solicitado a reunião também em nome de outros países de maioria muçulmana. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu fazer coro aos Estados Unidos e mudar a sede da representação diplomática, atendendo a pedidos de sua base evangélica. Mas a mudança preocupa exportadores de carne do Brasil, que temem boicote. Agora, cabe a Araújo relativizar a mudança. Tarefa nada fácil.

 

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