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Linha Direta

Frio polar atrapalha cotidiano de cerca de 100 milhões de pessoas nos EUA

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O norte dos Estados Unidos foi tomado, na quarta-feira (31), por vento e temperaturas polares vindas do Ártico, levando as autoridades a adotarem medidas de emergência para proteger as populações mais vulneráveis. Pelo menos 21 pessoas morreram na onda de frio.

Limpando o carro coberto de neve durante uma tempestade do inverno em Búfalo, New York, EUA, 31 de janeiro de 2019.
Limpando o carro coberto de neve durante uma tempestade do inverno em Búfalo, New York, EUA, 31 de janeiro de 2019. REUTERS/Lindsay DeDario
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Ligia Hougland, correspondente da RFI em Washington

Nesta semana, as regiões meio oeste e nordeste dos Estados Unidos foram cobertas pelo vórtice polar. Essa massa de ar frio, que normalmente circula na estratosfera do polo Norte, trouxe temperaturas até mais baixas do que as registradas na Antártica, em grande parte do país.

Na quarta, os termômetros da estação Amundsen-Scott do polo Sul marcavam -31,7C. Em Fargo, no estado de Dakota do Norte, fazia -35C. A cidade americana onde foram registradas as temperaturas mais baixas foi Cotton, no estado de Minnesota, onde, na quinta, chegou a fazer -49C. Mas os moradores até torceram por temperaturas ainda mais baixas, pois assim conseguiriam quebrar o recorde da cidade de 1996, de -51C.

O vórtice polar não apenas atrapalhou o cotidiano das cerca de 100 milhões de pessoas afetadas pelo frio extremo, mas também causou acidentes, problemas de saúde e mortes. As temperaturas baixas resultaram em falhas em alguns sistemas de energia que foram sobrecarregados, deixando muitas pessoas sem luz ou aquecimento. Até agora, os aeroportos americanos já tiveram mais de 2.300 voos cancelados. O transporte público também foi afetado, com ônibus e trens parados devido a problemas mecânicos causados pelo frio. Além disso, muitos canos romperam, deixando residências e empresas sem água. Houve, inclusive, casos de vasos sanitários com água congelada.

Cabelos congelados e queimaduras

Para evitar acidentes e problemas de saúde, muitas escolas fecharam esta semana, inclusive em cidades da região nordeste, como Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, e Fairfax, na Virgínia, locais onde apenas o frio raramente justifica essa medida. Nas ruas das grandes cidades, é possível observar pombos reunidos em grupos bem apertados, tentando se esquentar, além de pessoas até com os cabelos congelados. As autoridades estão alertando as pessoas a não saírem de casa e não deixarem seus animais de estimação na rua. Bastam 5 minutos de exposição aos ventos gelados para ter queimaduras na pele.

Até o momento, o frio extremo causou mais de 21 mortes nas regiões afetadas. Mas momentos de desafio também podem ser oportunidades de mostrar o lado bom das pessoas. Em Chicago uma pessoa, cuja identidade não foi revelada, pagou quartos em hotel para 70 moradores de rua para que fossem abrigados contra o frio.

No entanto, a previsão é animadora e, neste fim de semana, os termômetros já devem marcar temperaturas bem mais amenas - e acima de 0 - na maior parte das regiões afetadas pelo frio extremo. A previsão para Washington, na semana que vem, é de até 15C. Assim, os turistas vão finalmente poder aproveitar para passear pelos museus e parques da capital americana, depois da longa paralisação do governo, que foi seguida pelo vórtice polar.

Outra boa notícia é que o Super Bowl - a final do campeonato de futebol americano que será disputada pelos times New England Patriots e Los Angeles Rams - será realizado neste domingo, em Atlanta, na Geórgia, estado do sul dos Estados Unidos que não foi afetado pelo frio extremo.

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