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Maduro propõe diálogo, mas Juan Guaidó se opõe e convoca manifestação

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expressou nesta sexta-feira (25) sua vontade de se reunir com o líder parlamentar Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino, para iniciar um "debate nacional". Mas seu opositor já disse que não participará de um “falso diálogo” com o chefe de Estado venezuelano.

O chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, durante a entrevista coletiva desta sexta-feira (25), em Caracas
O chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, durante a entrevista coletiva desta sexta-feira (25), em Caracas REUTERS/Manaure Quintero
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"Estou comprometido com o diálogo nacional. Hoje, amanhã e sempre estarei comprometido e pronto para ir aonde tenho que ir. Pessoalmente, se tiver que ir ao encontro desse rapaz (...), vou", disse Maduro em entrevista coletiva, referindo-se a Guaidó.

"Esperemos que mais cedo ou mais tarde a oposição venezuelana escape da armadilha em que caiu, do extremismo em que se meteu e que haja caminhos para um diálogo razoável, honesto, de interesse da maioria dos venezuelanos", declarou Maduro.

“Devemos ser muito claros: ninguém aqui se prestará a um falso diálogo", disse, por sua vez, Guaidó, em entrevista coletiva na praça de Chacao, em sua primeira aparição pública desde a quarta-feira (23). O líder parlamentar respondeu desta forma ao ser consultado sobre iniciativas de negociação propostas por México e Uruguai.

Juan Guaidó também convocou uma "grande mobilização" para a próxima semana, com o objetivo de exigir a saída do presidente Nicolás Maduro. "Os que acreditam que murchamos, vão ficar desejando isso, porque as pessoas vão ficar na rua até que consigamos o fim da usurpação, um governo de transição e eleições livres", disse.

"Chegou o momento de se colocar ao lado da Constituição, de respeitar e se posicionar, junto com o povo", disse Guaidó, ao enviar uma mensagem à Força Armada, que na quinta-feira (24) manifestou sua "lealdade absoluta" a Maduro. Centenas de seguidores repetiam em coro as frases "Presidente, presidente", "Guaidó, amigo, o povo está contigo!" e "Sim, podemos!".

Guaidó se autoproclamou presidente interino, invocando o artigo 233 da Constituição, que destaca a existência de uma vaga no poder com a renúncia, a incapacidade mental, a morte do presidente ou o abandono do cargo. Ele recebeu apoio de diversos países, incluindo os Estados Unidos e o Brasil.

México quer fazer mediação

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta sexta-feira que as portas de seu país estão abertas para que Maduro e Guaidó dialoguem. "Se as partes o solicitarem, estamos com a melhor disposição em ajudar", disse López Obrador em coletiva de imprensa.

“Não estamos a favor nem contra ninguém, vamos defender os princípios constitucionais da política exterior”, acrescentou, fazendo um apelo pela “não intervenção” e pela “autodeterminação dos povos”.

Após a autoproclamação de Guaidó, o México manteve seu apoio ao presidente Nicolás Maduro, indo na contramão da maioria dos países latino-americanos. Enquanto isso, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergueï Lavrov, denunciou nesta sexta-feira a “política destrutiva” dos Estados Unidos nesse momento na Venezuela.

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