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Colombianos fazem marcha contra o terrorismo, após atentado em Bogotá

Os colombianos manifestaram neste domingo (20) contra o terrorismo, três dias após o atentado com carro-bomba que tirou a vida de 20 pessoas na Escola de Polícia de Bogotá. As autoridades acusaram a guerrilha Exército da Libertação Nacional (ELN) de ser responsável pelo ato. O presidente da Colômbia, Ivan Duque, encerrou as negociações de paz com o grupo guerrilheiro na sexta-feira (18), dando início a uma nova era no país, segundo análise de especialistas.

Colombianos se reuniram para honrar a memória das vítimas do atentado
Colombianos se reuniram para honrar a memória das vítimas do atentado REUTERS/Luisa Gonzalez TPX IMAGES OF THE DAY
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Com informações de Marie-Eve Detoeuf, correspondente da RFI em Bogotá

A hashtag #UnidosContraOTerrorismo foi a responsável por reunir, nas redes sociais, os manifestantes desta mobilização colombiana. A prefeitura de Bogotá compartilhou a informação e fixou a data. O presidente Ivan Duque informou, logo em seguida, pelo Twitter, que sairia às ruas, acompanhado de sua esposa.

Dos mais conservadores aos mais de esquerda, todas as personalidades políticas confirmaram presença, para protestar contra a violência e demonstrar solidariedade com as famílias dos jovens policiais assassinados. A direita, que aprova o fim das negociações de paz com o ELN, se aproveitou da ocasião para apoiar o chefe de Estado colombiano, além de pedir uma política de segurança “mais dura”.

Em dois anos, mais de 400 políticos e ativistas, militantes do meio ambiente ou defensores dos direitos humanos, foram assassinados. A manifestação desse domingo também serviu para lembrar suas mortes.

Papa manifestou pesar por vítimas do atentado

O papa Francisco falou, neste domingo (20), das "duas dores" que tem em seu coração, referindo-se às vítimas do atentado na Colômbia e aos imigrantes mortos no Mediterrâneo recentemente. "Quero expressar meu apoio ao povo colombiano depois do ataque terrorista de quinta-feira (17) passada contra a Escola Nacional de Polícia", afirmou.

"Rezo pelas vítimas e por suas famílias e continuo rezando pelo caminho da paz na Colômbia", acrescentou ele, que viaja esta semana para o Panamá para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Francisco também evocou as 170 pessoas que morreram no Mediterrâneo recentemente.

Analistas temem aumento da violência

As negociações de paz, iniciadas pelo governo precedente, estavam suspensas desde a chegada ao poder de Ivan Duque, há cinco meses. Segundo análise de Frédéric Massé, pesquisador especializado na Colômbia entrevistado pela RFI, o fim do conflito armado está “comprometido” e os próximos anos “serão complicados”.

“Depois da desmobilização das FARC, o ELN tomou seu lugar em diversas regiões. O grupo se reforçou militarmente, o que explica a razão de certos membros mais radicais considerarem que as negociações não são mais úteis, pelo menos pelo momento. Vamos ver um retorno de dez a vinte anos ao passado”, afirmou.

O analista também estima que o ataque do 17 de janeiro pode ser um sinal dos tempos que virão na Colômbia. “Esse atentado mostra um pouco o que se produzirá nos próximos meses e anos: uma radicalização no seio do ELN, um reforço da política de segurança, da luta frontal contra o grupo da parte do governo e uma forma de doutrina de ‘nem paz, nem guerra’ em diversas regiões. A população ficará dividida entre os que insistem por uma solução negociada e aqueles que persistem na via militar para tentar colocar fim no ELN.”

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