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Trump/muro

Com discurso dramático, Trump apela de novo pela construção do muro

Enquanto a administração entrava no 18° dia de paralisação parcial, Donald Trump discursou nesta terça-feira (8) à nação, pela primeira vez direto do Salão Oval da Casa Branca, para fazer um novo apelo pelo muro na fronteira com o México. As discussões sobre o impasse continuam nesta quarta-feira (9), em reunião na Casa Branca, convocada por Trump com as lideranças do Congresso.

Pela primeira vez, Trump discursa direto do Salão Oval da Casa Branca.
Pela primeira vez, Trump discursa direto do Salão Oval da Casa Branca. REUTERS/Carlos Barria
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Anne Corpet, correspondente da RFI em Washington

Foi um discurso formal, solene e grave. “Trata-se de uma crise humanitária crescente, uma crise do coração e da alma”, declarou o presidente.

Ele evocou o destino de crianças nas mãos de passadores, mulheres vítimas de violências e se estendeu sobre o flagelo da droga que afeta tão dolorosamente a sociedade americana. Ele também citou alguns crimes comuns violentos cometidos recentemente por clandestinos.

Trump dramatizou a situação, pois a taxa de criminalidade sobre a qual tanto insistiu, a dos imigrantes ilegais em solo americano, é na verdade inferior à praticada pelos próprios americanos.

Na sequência, Donald Trump fez um apelo pela única solução possível diante de seus olhos: a construção de um muro. E novamente ele pediu US$ 5,7 bilhões para levantar “uma barreira de aço, ao invés de cimento”.

Culpa dos democratas

O presidente também atacou a oposição: “Os democratas do Congresso se recusaram a reconhecer a crise e se recusaram a fornecer a nossos corajosos agentes da fronteira as ferramentas que eles necessitam desesperadamente para defender nossas famílias e nossa nação”.

“O governo federal está paralisado por causa de uma única razão”, estima Trump. “É porque os democratas se recusam a financiar a segurança da fronteira”, explicou.  

O presidente americano concluiu seu pronunciamento de maneira grandiloquente: “É uma escolha entre o bem e o mal, entre a justiça e a injustiça. Quando prestei juramento, eu jurei proteger meu país e é o que sempre farei, com a graça de Deus”.

Trump transforma americanos em reféns

A liderança democrata teve direito em seguida a um tempo de palavra equivalente nas redes nacionais de TV. “Donald Trump preferiu o medo aos fatos”, declarou Nancy Pelosi, a nova líder da maioria democrata na Câmara dos Representantes.

Chuck Schumer, líder da oposição no Senado, fez declaração similar, além de denunciar que centenas de milhares de funcionários foram transformados em reféns, obrigados a ficar em casa por causa do “shutdown” que paralisa parcialmente a administração do país. 

“O presidente dos Estados Unidos, não tendo conseguido que o México pagasse pelo muro na fronteira e sendo incapaz de convencer o Congresso ou o povo americano para pagar a conta, decidiu pela paralisação do governo. A democracia americana não funciona dessa forma. O governo não pode funcionar com esses ataques de raiva”, declarou Chuck Schumer.

Ele pediu que o presidente desbloqueie o governo e resolva, em seguida, as diferenças sobre a segurança na fronteira, destacando como Nancy Pelosi, que o partido democrata se preocupa muito com a segurança na fronteira, mas que um muro não vai trazer uma resposta satisfatória.

 

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