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Presidente do Peru vai suspender procurador-geral que afastou investigadores do caso Odebrecht

O presidente do Peru, Martin Vizcarra, anunciou nesta terça-feira (2) sua intenção de suspender o procurador-geral Pedro Gonzalo Chávarry, que havia afastado os dois procuradores responsáveis pelos casos de corrupção do grupo Odebrecht. As investigações envolvem quatro ex-presidente peruanos.

O presidente do Peru, Martin Vizcarra, em 29 de outubro de 2018
O presidente do Peru, Martin Vizcarra, em 29 de outubro de 2018 Cris BOURONCLE / AFP
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“Amanhã [quarta-feira, 3] irei pessoalmente ao Congresso para apresentar um projeto de lei declarando estado de emergência sobre o Ministério Público, que foi aprovado nesta tarde pelo conselho de ministros”, disse Vizcarra durante um discurso. A declaração de emergência suspende os responsáveis do Ministério Público e os substitui por outros funcionários, que devem investigar os precedentes.

O procurador-geral Pedro Gonzalo Chávarry anunciou na segunda-feira (1), faltando quatro horas para o fim do ano, "deixar sem efeito a designação de Rafael Vela e de José Domingo Pérez nas investigações do caso Odebrecht".

Os procuradores supremos Pablo Sánchez e Zoraida Ávalos criticaram a decisão e assinalaram em um comunicado, divulgado à meia-noite, que sentiam vergonha e indignação. “Estamos convencidos de que a nossa instituição não merece isso", assinalaram em nota. Ávalos e Sánchez também indicaram que "hoje se deu um golpe fatal na luta contra a corrupção e a institucionalidade".

O presidente Martín Vizcarra, após retornar do Brasil, onde se encontrava para assistir à cerimônia de posse de Jair Bolsonaro, disse à imprensa que estava indignado. "Ratifico o nosso rechaço à medida tomada pelo procurador da Nação", acrescentou. Informou também que iria se reunir com seus ministros no palácio de governo "para realizar uma análise técnica e tomar medidas responsáveis sobre esta decisão do procurador". Vizcarra reiterou que "continuará liderando a luta contra a corrupção e a impunidade".

Protestos no país

A imprensa peruana abriu suas primeiras páginas nesta terça-feira com a notícia que abalou o país. "Fora Chávarry", disse o jornal La República, acrescentando que "o procurador ofende os peruanos". "Vergonha e indignação", escreveu, por sua vez, o El Comercio.

A medida do procurador também provocou reações imediatas nas redes sociais, onde grupos de direitos humanos lançaram convocações de protestos na própria véspera do Ano Novo em apoio aos procuradores destituídos. Centenas de pessoas foram em direção à sede Procuradoria com cartazes com a frase "Fora Chávarry!".

Horas antes do anúncio de remoção, Chávarry pediu ao Ministério do Interior que reforçasse as medidas de segurança para ele e sua família "porque estava recebendo ameaças constantes". Nesta terça-feira, as redes sociais começaram a se movimentar cedo, convocando marchas por todo o país contra o procurador-geral. Os coletivos "Todos contra Chávarry" e "Contra a corrupção" anunciaram marchas de protesto até o Ministério Público e o Congresso para exigir a saída do procurador-geral.

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