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Venezuela

Em meio à crise e sem oposição, venezuelanos elegem vereadores

Os venezuelanos vão às urnas neste domingo (9) para escolher seus vereadores. O pleito deve reforçar ainda mais a posição do presidente Nicolás Maduro, já que os partidos de oposição foram excluídos do processo eleitoral, realizado em meio à uma crise humanitária marcada pelo êxodo em massa da população.

Já se espera um baixo índice de participação no pleito para eleger os vereadores na Venezuela.
Já se espera um baixo índice de participação no pleito para eleger os vereadores na Venezuela. REUTERS/Marco Bello
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Com informações de Julien Gonzalez, correspondente da RFI em Caracas

Cerca de 20,7 milhões de venezuelanos, de um total de 30,6 milhões, estão habilitados para eleger 2.459 vereadores em 335 câmaras municipais neste domingo. A eleição acontece a menos de um mês de o presidente Nicolás Maduro assumir um segundo mandato (2019-2025).

Com essa eleição, o chavismo espera fortalecer seu controle institucional. Principalmente em razão da exclusão dos partidos de oposição, considerados inaptos pelo órgão eleitoral para participarem da disputa, em meio a profundas divisões entre os setores políticos contrários ao presidente.

No entanto, o pleito não parece mobilizar a população e já se espera um baixo índice de participação. Os venezuelanos continuam muito mais preocupados com a crise que enfrenta o país, com falta de alimentos e uma inflação galopante que deve atingir 1 350 000% até o final deste ano, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Filas nos consulados em busca de visto

A prova desse desengajamento político pode ser vista nas portas dos consulados de Caracas, onde os venezuelanos continuam fazendo filas na tentativa de obter um visto para deixar o país. “Não vivemos mais na Venezuela. Sobrevivemos! Deixar o país não é um capricho de ricos, e sim uma necessidade" se revolta a arquiteta Lucy, que espera há seis meses por um visto chileno. “Apesar de ter trabalhado muito este ano, não consigo pagar meu aluguel ou comprar comida”, explica a venezuelana.

A maioria dos moradores tenta fugir para países vizinhos, muitas vezes de forma ilegal, mas alguns têm a esperança de migrar para a Europa. É o caso de Alejandro, filho de espanhóis que tenta obter um passaporte europeu. “Tem muitos pedidos nesse momento e a coisa deve piorar. Eu ouço diariamente amigos ou pessoas próximas da minha família dizendo que estão se preparando e pretendem deixar o país no ano que vem”, relata. “Eu nunca pensei sair da Venezuela, mas diante da situação atual não tenho escolha. Mas espero que não seja para sempre”, explica.

Venezuelanos fazem fila diante do consulado do Chile em Caracas
Venezuelanos fazem fila diante do consulado do Chile em Caracas Luis ROBAYO / AFP

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