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Brasil-Mundo

Bailarina brasileira cria plataforma de empoderamento feminino em Nova York

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Integrante de uma companhia de balé clássico composta apenas por dançarinos negros, Ingrid Silva vai além dos palcos, para inspirar outras mulheres a compartilhar suas histórias pelas redes sociais.

A bailarina brasileira Ingrid Silva.
A bailarina brasileira Ingrid Silva. Érika Garrido
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Natasha Madov, correspondente em Nova York

Ingrid Silva era uma menina de 8 anos, franzina e cheia de energia, quando descobriu o balé. Um vizinho da família, que morava em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro, sugeriu à sua mãe que a inscrevesse no projeto social Dançando Para Não Dançar, na Vila Olímpica da Mangueira.

"Eu nunca tive o sonho de ser bailarina. A arte veio até mim, na verdade. E eu comecei a me dedicar em torno dos 12, 13 anos. Foi aí que eu realmente descobri que a dança era o que eu queria", diz.

Em 2007, Ingrid conheceu Bethania Gomes, uma das bailarinas da companhia Dance Theatre of Harlem, o primeiro grupo de balé clássico no mundo composto apenas por negros. Bethania a encorajou a mandar um vídeo de teste para o Dance Theatre, e, há dez anos, Ingrid faz parte do elenco.

Se hoje a carioca parece completamente adaptada a Nova York e até mistura um pouco de inglês com português, no começo não foi bem assim. "A minha adaptação chegando aqui nos Estados Unidos foi bem complicadinha porque eu não falava inglês, eu não tinha amigos, eu vim aqui estritamente pelo balé," conta. "Foi muito importante para meu crescimento, porque nós brasileiros temos muito aquela coisa de ficar debaixo da asa da mãe. E quando você sai de casa, é aí que você começa a ver que a vida existe de verdade."

Ingrid passa a metade do ano em turnê pelos Estados Unidos com a companhia de dança. No resto do tempo, encara uma rotina de aulas e ensaios durante sete horas por dia. Ainda assim, ela encontra momentos para atuar nas redes sociais, principalmente o Instagram, onde compartilha sua rotina e inspira outras pessoas. Ela também já trabalhou com marcas como L'Oreal, Aveeno e Activia.

"Minha relação com as mídias sociais é totalmente orgânica. Eu não planejo nada do que vou postar, quero somente compartilhar o dia normal de uma pessoa normal, sabe? É a realidade o que conecta a gente como ser humano um com o outro," diz.

Empoderamento e redes sociais

Num encontro casual passeando com seu cachorro, Ingrid conheceu sua sócia Helya Mohammadian, e as duas criaram uma plataforma de empoderamento feminino por meio das redes sociais, o EmpowHer NY. O projeto permite que mulheres de diferentes perfis contem suas histórias pelo Instagram e por eventos presenciais. "Todo mundo tem uma história para contar. É muito gratificante porque, pela primeira vez, eu achei algo fora da arte que me motiva e que me deixa muito feliz", explica.

Os próximos passos de Ingrid incluem o Brasil. Ela nunca se apresentou com o Dance Theatre of Harlem no país e espera que isso aconteça em breve. Outra ideia é fazer uma versão tupiniquim do EmpowHer NY. "Acho que se eu parasse de dançar amanhã, eu estaria feliz. Porque fiz algo que contribuiu para a vida de outra pessoa. Eu consegui me sentir feliz com meu trabalho", conclui.
 

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