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"Trump colocará na conta dos democratas tudo o que não conseguir fazer", diz ex-correspondente do NYT no Brasil

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A RFI conversou nesta quarta-feira (9) com o jornalista brasileiro e ex-correspondente do jornal New York Times no Brasil Alan Riding. Após os resultados das eleições americanas de meio mandato, ele analisou como ficará a política dos Estados Unidos nos próximos dois anos.

O jornalista Alan Riding nos estúdios da RFI.
O jornalista Alan Riding nos estúdios da RFI. Foto: RFI Brasil
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“Os democratas têm agora uma maioria pequena no Congresso, mas é o suficiente para atuar caso fiquem unidos”, destaca o jornalista. A sigla, rachada desde a derrota de Hillary Clinton para o republicano Donald Trump, em 2016, ainda junta os cacos e tenta se unir em torno de uma pauta e um nome competitivo para 2020.

“Mas eles não estão nada unidos. Há os mais velhos, que estão em Washington e são mais conservadores. Há uma ala mais jovem, mais radical, que está mais próxima das ideias do senador Bernie Sanders e que vai querer ser mais agressiva. Não só na questão de atacar o Trump, com relação à participação ou não da Rússia na campanha dele. Todos os impostos que ele deixou de pagar, os conflitos de interesse entre os negócios pessoais que ele tem”, afirma o jornalista.

Do outro lado, Donald Trump “vai aproveitar para colocar na conta dos democratas tudo aquilo que ele não conseguir realizar durante o mandato dele”, afirma Riding. “Tendo um Congresso com maioria democrata, ele vai realmente colocar toda a culpa ‘nos outros’”, diz.

Nancy Pelosi, a mulher mais poderosa na política dos EUA

Com a vitória dos democratas na Câmara de Representantes nas eleições de meio mandato, Nancy Pelosi pode voltar a ser a mulher mais poderosa na política dos Estados Unidos, e líder da oposição ao presidente Donald Trump.

Ela é cotada para ocupar o cargo de presidente da Câmara, o terceiro mais importante do país, depois do presidente e do vice-presidente, e é um posto que Pelosi, de 78 anos, já ocupou entre 2007 e 2011.

Ela fez história ao se tornar a primeira mulher nessa posição, dificultando a vida do então presidente George W. Bush nos últimos anos de seu mandato.

Mas para Alan Riding, Trump pode tirar vantagem desta situação. “Ela não é muito popular dentro de seu próprio partido. Ela é considerada como uma moderada, que mora em Washington há ‘2000 anos’. Ela é um alvo muito fácil e será sempre atacada por Trump. O nome de Nancy Pelosi sairá da boca dele milhões de vezes”.

Estratégia positiva

Para o jornalista, se os democratas quiserem ter alguma chance na eleição presidencial de 2020, terão que apostar em estratégias mais positivas. “É algo que o lado mais esquerdo do partido sabe fazer. Em questões como a saúde, assistência social, que toca não somente as minorias. Se eles não tiverem um programa positivo, boa parte do eleitorado vai dizer que ‘é a mesma coisa que antes’. Um partido brigando com o outro sem avançar. O sentimento antissistema político que existe em muitos países mostra que o eleitorado está cansado de sempre ouvir a mesma coisa”, conclui Riding.

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