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Linha Direta

Ódio é o maior catalisador na eleição de meio de mandato nos EUA

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Os americanos vão às urnas entusiasmados nesta terça-feira (6) para eleger 435 novos deputados, 35 senadores e 36 governadores na votação de meio de mandato. A eleição é considerada um referendo à gestão de Donald Trump, dois anos após sua vitória eleitoral, e pode mudar o equilíbrio de poder entre republicanos e democratas, além de redefinir os próximos dois anos do governo Trump.

Recinto de votação nos Estados Unidos.
Recinto de votação nos Estados Unidos. JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
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Nathalia Watkins, correspondente em Washington

Nestas eleições estão em jogo o crédito político de Donald Trump, sua capacidade de mobilizar a base eleitoral e o sucesso da segunda metade de seu governo, o que vai impactar na campanha para a reeleição de 2020. A ocasião serve também de termômetro eleitoral para os democratas, dois anos após a derrota de Hillary Clinton. O Congresso – composto da Câmara e do Senado – está hoje sob o controle do Partido Republicano. Os conservadores também controlam a maioria dos governos regionais.

Se os democratas conquistarem o controle da Câmara de Representantes, como apontam as pesquisas, terão a capacidade de bloquear a agenda legislativa de Trump, uma vez que todas as leis devem ser aprovadas pelas duas Casas do Congresso. Isso prejudica os planos do republicano e enfraquece sua legenda, além de colocar Trump sob escrutínio democrata. Caso Trump consiga manter o controle sobre ambas as Casas, o caminho ficará livre para a implementação de sua agenda. O mais provável, contudo, é um Congresso dividido e impasses políticos que impedirão o avanço de reformas significativas.

Historicamente, o partido que governa a Casa Branca costuma sofrer nas eleições de meio mandato de um presidente. Em 2010, os democratas de Barack Obama perderam o controle da Câmara de Representantes e em 2014 também perderam o Senado aos republicanos. Desta vez, os democratas são os favoritos para retomar o controle sobre a Câmara, enquanto que republicanos são favoritos para manter o controle sobre o Senado.

De acordo com a média das pesquisas do site Real Clear Politics, os republicanos ganharão uma cadeira no Senado, e aumentarão sua maioria para 52. Já os democratas perderão uma, indo para 48. Mas na Câmara dos Representantes os democratas ganharão 26 novas cadeiras, duas a mais do que precisam para ficar com a maioria da Casa. Espera-se também que democratas consigam eleger um maior número de governadores.

Voto feminino deve impactar republicanos

A campanha deste pleito foi centrada em Donald Trump, que multiplicou seus comícios em apoio a republicanos em distritos disputados, apesar de ter dito que, se a legenda perder sua maioria na Câmara de Representantes, o presidente não poderá ser o culpado.

As eleições são marcadas por uma maior presença feminina, como eleitoras e candidatas. Ao todo, 257 mulheres disputam vagas na Câmara e no Senado, um recorde em eleições de meio de mandato, de acordo com o Center for American Women and Politics da Universidade Rutgers (CAWP), de New Jersey. O voto feminino pode fazer a diferença contra o campo republicano.

Trump e seus alidos subiram o tom no discurso de pulso firme contra a imigração e comemoraram os bons resultados da economia. O voto nos Estados Unidos é facultativo e a principal batalha dos candidatos é levar os eleitores às urnas. Mas, desta vez, isso pode mudar.

Segundo uma pesquisa do Instituto Pew, mais de 70% do eleitorado se diz entusiamado com o pleito, o que é um recorde nas últimas duas décadas. O entusiasmo também foi refletido nos gastos com a campanha que, pela primeira vez, devem chegar a US$ 5 bilhões.

Para o cientista político Kyle Kondik, da Universidade de Virgínia, a raiva é o maior catalisador de votos desta eleição. Isso explica, em parte, porque os democratas conseguiram atrair uma massa heterogênea de outsiders políticos, como contrapeso à política e aos discursos excessivos de Trump.

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