Durante a corrida presidencial do mês de julho, que levou à vitória de Andrés Manuel López Obrador com 53% dos votos, o futuro chefe de Estado enalteceu a medida de abolir as pensões presidenciais como um dos principais compromissos para reduzir os gastos do governo.
O benefício havia sido criado por um acordo presidencial do governo de Miguel de la Madrid (1982-1988) e, desde então, era pago aos ex-presidentes Luis Echeverría (1970-1976) e Vicente Fox (2000-2006).
Felipe Calderón, que governou entre 2006 e 2012 também recebia a pensão mas a doava a uma organização de ajuda a crianças com câncer. Carlos Salinas de Gortari (1988-1994) e Ernesto Zedillo (1994-2000) abriram mão do benefício.
Partido de esquerda chega ao poder pela primeira vez
A nova lei foi aprovada graças ao partido de López Obrador, o Morena, que tem maioria no Congresso mexicano. A medida estabelece também que nenhum funcionário público poderá ganhar mais do que o presidente.
López Obrador se comprometeu a diminuir o próprio salário e irá receber metade do que ganha, hoje, o atual presidente do país, Enrique Peña Nieto. De US$ 10.800 passará a receber US$ 5.400.
Aquele que será o 1º chefe de Estado de esquerda da história do México prometeu cumprir medidas austeras, como cortes de pessoal, diminuição de salários e gastos sumptuosos, entre outras medidas.
As pensões vitalícias para ex-presidentes e membros do governo são algo comum em diversos países. No Brasil, os ex-chefes de Estado não têm direito a aposentadoria ou pensão, como previa a Constituição de 1967, promulgada após o início do regime militar. Mas existem outros benefícios concedidos de forma vitalícia, como o usufruto de 2 motoristas, 4 agentes de segurança e apoio pessoal, além de dois assessores. Dois veículos oficiais também são colocados à disposição.